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cronicas-->Hole -- 07/07/2001 - 15:50 (Felipe Cerquize) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Numa análise bem ampla e consciente, consegui chegar ao fundo de uma questão que, até hoje, por ser demasiadamente ignorada, não nos deixou chegar a um melhor convívio social. As consequências são bem diversas, mas a causa é uma só: o buraco.

Durante toda a evolução do ser humano e mesmo antes da sua existência, ele estava presente. Na pré-história, pouco incomodava o homem, que era ignorante demais para gritar um palavrão ao cair em um deles. Hoje, estamos demasiadamente ligados a ele e temos a certeza de que não são somente os buracos no chão que nos incomodam, pois buraco é uma palavra que abrange um mundo tão vasto que, provavelmente, devido a ele, será impossível se chegar a uma sociedade harmónica e sem preconceitos (veja que buraco é a maior causa das discriminações existentes na maioria dos grupos humanos em todo o globo terrestre, principalmente aquelas de ordem sexual).

No dia-a-dia urbano, não é difícil apontar alguns buracos com grande responsabilidade sobre o comportamento neurótico dos cidadãos das grandes metrópoles. Basta dar um passo para fora de casa para cair num conluio de buracos, que é o das companhias de água, telefone, luz e gás. Não podemos deixar de lembrar daqueles feitos pelo metró, sempre se expandindo e atingindo as comunidades indefesas. Os órgãos responsáveis pela manutenção de ruas e estradas também têm uma grande parcela de culpa, com seus buracos federais, estaduais e municipais, beneficiando os fabricantes de amortecedores para automóveis.

Partindo para um lado que não envolva crítica, mas a pura convivência diária e casual com essa coisa terrível, aponto alguns outros lugares em que o buraco costuma se localizar. Por exemplo, nas telhas, nos encanamentos, nos móveis não fabricados em madeira-de-lei etc. É importante observar que também existem os bons buracos. Aqueles que, às vezes, até salvam a vida de um homem ou, pelo menos, a distrai. É o caso do joguinho de buraco. Devo dizer que esse jogo, quando acompanhado de umas cervejinhas e uns tira-gostos, fica deveras sensacional, principalmente quando a bagunça é na casa dos outros. Alguns outros buracos amigos do homem são os domésticos, como a boca do forno, o bico da chaleira, os furos do ralador, o ralo e uma gama enorme de outros utensílios que, porém, nunca devem ser mal-administrados para não se tornarem uma ameaça.

Pronto para encarar tudo e todos, o buraco não está interessado em boa ou má localização, mas em estabilidade de vida, se possível com a habitual indiferença em relação aos seres humanos, que lhe permitem, inconscientemente, uma credibilidade cada vez maior. O homem só percebe a desvantagem, quando aparece um deles, assumindo a personalidade de fossa, e faz os menos avisados entrarem pelo cano, atolando-lhes até um dedo abaixo do nariz.
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