Aqui é um lugar certinho
Pra quem não sabe iscrevê
Põe seu texto no cordel
Ninguém vai le aburrecê!
“Sejamos honesto” seu moço
Tá errado em concordança
Tu engoliu ali o “esse”
Pra vomitá ignorança...
Eu nunca vi um cordel
Redondilhar octossílabo
Mas como aki vale tudo
Percebi que me atrevia:
Sintaxe e ortografia
Parágrafo, pontuação
Tudo escrito à revelia
Só conhece o til do “não”...
Botar a culpa na escola
É coisa de fazer rir:
Foi só pra comer merenda
Entrar, brincar e sair!
Saiba que o ensino, ó ignaro,
É o mesmo e igual para todos
Aproveita quem tivé
Vontade, força e até fé!
Mas o mal do ignorante
É desdenhar, pois não sabe:
Neste mundo de carentes
De falhas tão displicentes
O estudo é uma corrente
Que só vai lhe abrir as portas
Porém finge não querer
Pois não é fácil de aprender!
Se a crase não é letal
Veja então, seu asno seco,
Uma frase de mau uso
Dá um efeito atropelado:
“À mulher matou o marido”
Tire o acento, ó descrente!
Que a regência a tudo muda
E faz do assassino inocente!
Também no seguinte exemplo
“À mãe o filho ofendeu”
Se a crase não for coerente
O ofensor vira ofendido!
O simples uso do acento
É tão fácil como o dom
Basta lembrar de “dar AO pobre”
Que você “dá AA criança”...
Pois quem dá (a) A+O
Pode dar (a) A+A
Formando o “À” crase perfeita
A sintaxe se deleita
E tudo vira harmonia
Pra que desculpa pueril?
Intelecto é um funil
Que só nos dá alegria...
Milene,
"Artes & Manhas".
Vou exercer minha função por aqui. Tem gente dizendo tanta baboseira. Inclusive, tentando atribuir os erros que comete à coitadinha da "licença poética"... Trataremos dela, no próximo.