Ele já não agüentava mais ser humilhado pelo amigo. Todas as vezes que se encontravam-se o cara tratava de pisotear sua frágil auto-estima.
Estava sempre dizendo:
__Cara! Minha mulher é um lindura, mas a sua é feia hein!
__Cara! Meu carro é potente, mas o seu é frouxo, hein!
__Cara! Minha filha é uma gracinha, mas a sua dá medo hein!
E o pior é que ele não podia defender-se, pois de fato a mulher do cara era um tesão, enquanto que a dele era um bagulho; o carro do cara era um carro e o dele era um fusca e a filha do cara era uma menina de ouro e a dele era uma biscatinha que dava para todo mundo.
Sendo assim, sem saída, foi engolindo as ofensas, até que um dia colocou na cabeça a idéia fixa de encontrar alguma coisa dele que fosse melhor que a do amigo. Pensou! Pensou! Pensou muito até que finalmente teve uma idéia para vingar-se.
No encontro seguinte, antes que o cara abrisse a boca foi logo dizendo:
__Eu tenho uma coisa que mais bonita que a sua!
__Duvido!__rebateu o cara sem sequer saber do que ele estava falando.
__Pois eu aposto o que você como tenho!
__Pois eu aceito a aposta, mesmo sem saber do que se trata!__foi dizendo e logo perguntando __Mas o que afinal você acha que tem mais bonita do que eu?
__A bosta!
__A bosta? Como assim, a bosta?
__Minha bosta é mais bonita que a sua!
__Olha cara! Eu não homem de ficar admirando minha bosta, mas tenho certeza que ela mais bonita que a sua, ou pelo menos menos feia!
Combinaram encontrarem-se dali uma semana para tirarem as dúvidas sobre a beleza da bosta de cada um.
Neste tempo, o cara convencido, que era rico comeu do bom e do melhor. Cada dia almoçava num restaurante diferente para que sua bosta tivesse bastante diversidade e assim pudesse ganhar a aposta enquanto que seu oponente chegando em casa foi logo dizendo à mulher:
__Mulher! Esta semana eu só comer jerimum!
__Jerimum? Mas você detesta abóbora!
__Mesmo assim, só me faça abóbora-moranga!
E assim os dias foram passando. Enquanto um se esbaldava, o outro se abóborava e no final de sete dias encontraram-se finalmente.
O primeiro sentou sobre um penico cromado que comprara só para este fim e cagou uma merda de dar nojo de ver. Coisa de cú mesmo.
O segundo sentou-se sobre uma latinha de "Neston" que encontrara na rua e cagou uma merda tão amarelinha que parecia ouro. Coisa linda! Dava até vontade de comer! Nem parecia que tinha saído de onde saiu.
Não havia dúvidas! Sua bosta era a mais bonita e assim ele ganhou a aposta com o amigo, mas melhor do que o prêmio foi saber que pelo menos cagando ele era melhor que seu amigo que desde então nunca mais o humilhou.
Bosta feita com jerimum, valeu ouro para ele!
