1.998 - Desenlace do Desenlace
Depois de tanto fazer já está quase feito, porém falta ainda um tantinho, tantinho esse que se dissipará na próxima quinta sem mais delongas. Delongas outras ficam para depois, quando o primeiro desenlace se acabar e se o tantinho deixar, que parece ter fermento sempre crescendo. Também prometo que com esta encerro essa história do desenlace, ou seja, estamos tendo o desenlace do desenlace.
Como disse nas duas últimas Cronicas, culpa da economia, da entidade, da falta de futuro, das ratazanas e uma dessas é aquela dos olhos tortos, um pra cima, um pra baixo. Esse mesmo causou a tal da fubecada, foi ele falar e a fubecada nascer na nossa vida. Agora não adianta chorar o leite derramado, só jogar uma praga nele para aumentar a tortura dos olhos, a ponto dele ter uma eterna labirintite. Todos juntos jogando a praga e olha a zonzeira aí gente. Ziriguidun dun dun, olha o Cerveró ró ró...
Desenlaceando e sem sono nesta madrugada sem música digo que eu disse da nossa incompetência, clara e lógica, em perceber a necessidade de novos rumos; no entanto, preciso contar que quando você joga um sapo na panela quente, ele de um salto foge e some no mato. Sabem o que aconteceu conosco, nós entramos na panela quando a água estava fria, aí foi ficando quentinha, mais quentinha, e nóix só no qui gotoso, mais quente e nóix qui delicinha, delícia. Esquentando e chegando o torpor, aquele que anestesia, qui gotoso, fervendo e nada de fugir, pronto queimando e morrendo.
Mais ou menos assim o que aconteceu com a nossa competência, ficou como sapo na panela, só no qui gotoso, delicinha, aí foi só suspirar e expirar. Expirando e dá desenlace, não se preocupem e por mais de dez anos não usarei essa palavra, só mais uma no final e no momento estamos finalizando o tantinho, claro que vendendo o património de máquinas, veículos, ferramentas, estoque e tal, menos a alma, que aí também não dá.
Sem tempo, sem leilão, sem mercados livres, na raça mesmo ligando e oferecendo, com certo retorno já que vendi quase tudo, mas sabem qual o castigo? É vender baratinho, receber adiantado e só depois entregar. Até aqui tudo bem. Quando os palestrantes estavam na moda, com PowerPoint e Data Show, cansei de ouvir o conselho de que o não você já tinha e já tendo você só tinha que batalhar pelo sim. É o que mais tenho feito e estou parecendo uma noiva no altar só esperando o Sim.
Por uma semana fiquei no altar, de vestido branco e salto alto, esperando o sim de um amigo que poderia levar artigos importantes na minha desconstrução. Que agonia e ontem finalmente aconteceu, já começou a desmontar e carregar, sendo o único que vai levar primeiro e depois pagar. Viram que agora estou na busca desse sim, deverá ocorrer na próxima quarta, quando finalmente poderei jogar o buquê e façam fila, por favor.
Nesses meus vinte anos de empresa busquei muitos cursos e muitas palestras, que até serviram para tocar a empresa e me fizeram um pouco melhor, mas agora não os uso para nada, pois não há curso, nem palestrante que saiba o que fazer nessas horas de construir uma desconstrução. Construir uma desconstrução dá tema para palestra e não se animem em me convidar, não pretendo alardear o meu conhecimento adquirido em fechar empresa.
Talvez abrir empresa eu possa, melhor não, como ensinar a abrir se você não conseguiu não fechar. Ficaria um paradoxo, mas o não vocês já têm. Falo que para mim chega de palestras, minha conclusão delas todas é que não passaram de stand-ups, um desconhecido ditando regras no palco, ou na frente, mostrando escritos na tela e contando piadas de vez em quando, nada de interesse do seu negócio, ou de aumentar sua capacidade intelectual.
Foi uma febre, que até eu andei proferindo uma dúzia delas por aí e acolá, com retorno positivo, porque eu estudava o tema e pegava pesado. Somente uma vez, não me chamavam para uma segunda. Nesta madrugada de domingo, vinte e seis de onze de dezessete, acaba esse desenlace, porém minha narrativa pessoal deve continuar, espero melhor
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