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Cartas-->Centro de Medicina Aeroespacial -- 15/03/2010 - 09:08 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
= "Prudência, Sabedoria e Experiência - Qualidades que representam muito mais uma continuação da juventude do que o término da vida.

A Reserva poderá ser o início de uma nova fase, o descortino de novos horizontes... Lá, além do arco - íris, está o sonho ainda não realizado. Um convite ao futuro!..."

Introdução do livro `A RESERVA - Gênese e Futuro`, de autoria do Brig. Med. Ref. José Roberto Gabriel (*)



REFLEXÕES de um Brigadeiro Médico Reformado (*)

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__"Depois de me formar em medicina, tive a honra, a competência e a satisfação de me tornar militar.

Nas minhas veias e no meu livre pensar, entretanto, sempre correu o sangue social-democrata, nada comunista, deixo bem claro, nem dessa democracia representativa que tem do povo só o voto, mas de uma democracia participativa, social, aquela que divide a responsabilidade, aumenta o controle e mobiliza para o bem comum. O Modelo de Responsabilização em Saúde prova o que fiz e fui.

O militarismo, profissão para a guerra, traz no autoritarismo a obediência para o combate, porém essa cultura prevalece na maior parte das decisões militares, reduzindo a eficácia profissional, pois impede o clarear dos erros (empurrados para debaixo da mesa), dificulta novas soluções (criatividade) e não realiza controles justos.

“Manda quem pode (quem sabe?) e obedece quem tem juízo ”.

A história do Brasil registra no o denominador comum da vaidade e esperteza, um poder político cíclico, entre civis militares.

A mudança de mãos que nunca deveria existir, advém do vazio, da falta de freio quando a coisa desanda, de uma justiça forte, desconstruída no pouco que havia, pelo militarismo e nunca revigorada, caudatária que tem sido do executivo.

Há a paranóia do poder político militar, na cabeça dos políticos civis e um super dimensionamento do nacionalismo político-militar, na cabeça dos militares, ambos sem óculos e sem transparências contando com a parceria de um povo que raramente faz “justiça com as próprias mãos”.

Nesse cenário de desconfiança, aliada a corrupção repetitiva, há a estagnação dos reais objetivos profissionais militares, o que é perigoso para um Brasil que quer crescer.

O orgulho militar de participações heróicas em guerras, do bloqueio de um comunismo perigoso e da conservação da memória nacional se mistura com um tempo exagerado de permanência e fome de poder, ladeado pelos mesmos políticos que aí estão, sem que nunca se tenha ouvido um “mea culpa”, num silêncio militar que confunde tanto quanto um ministro civil fardado...

A crítica, de quem ama o que vestiu é quase sempre descontextuada por aproveitadores hábeis e conservadores cegos, que por conveniência ou covardia não suportam idéias, ideais e a evolução participativa.

Não me silenciem!

A pedido, encaminhei o texto abaixo, para a revista comemorativa de mais um aniversário do CEMAL (Centro de Medicina Aeroespacial)

. . . Não foi publicado".

CEMAL: Meu tesouro ou um tesouro?

Não são os objetos que interessam, mas o meio que desenvolve, conserva ou reduz os valores humanos e os objetos.

Um dos raros Diretores de Saúde voltados para a aviação, o honestíssimo e coerente Maj. Brig. Roberto Carvalho da Motta Teixeira afirmava sempre: “a medicina de aviação é a razão de ser do Serviço de Saúde da Aeronáutica”.

Antes dessa pasta que a sociedade de consumo transformou os valores e administradores brasileiros, no CEMAL ouvia-se conhecimento; de seus julgamentos, transpirava a certeza e o rigor; dos aeronavegantes, seleção, num controle de qualidade refletido em segurança aérea; marca respeitada, marco e muito mais...

Eu sou testemunha de que éramos considerados internacionalmente e como éramos, nós os fabianos de branco, seguidores do coerente e honestíssimo Brigadeiro Roberto.

Depois, poucos escolhidos para comandos, mas poucos mesmo foram médicos-de-esquadrão, ou aqueles que tinham na experiência e no sangue a aviação. Mas quem se preocupava com a aviação? Qual o perfil e as razões de quem escolhia?

O Cel. Med. Waldo Fonseca Temporal, por exemplo, era Especialista em Medicina Aeroespacial pela USAF, Instrutor do Centro de investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, Instrutor de Treinamento Fisiológico da FAB, escreveu o melhor livro sobre o assunto e o que aconteceu com ele? Os aviadores e o pessoal da saúde souberam ou leram seu livro?

CEMAL, meu tesouro! Deixei tantos amigos nas duas vezes que comandei (duas vezes soa estranho, não!) e fui, tenho absoluta certeza, duas vezes amigo.

Mas para quê ter um Centro vazio de medicina aeroespacial?

Vazio na efetivação dos seus objetivos tão bem escritos, logo ali na entrada. Ele não exerce mais sua destinação de centro. Foi irremediavelmente obstaculizado de fazer pesquisas (e eu não me esqueci que estávamos chegando ao fim da pesquisa que delineava a desproteção dos pilotos aos raios infra e ultra, nas alturas, quando tivemos que interrrompê-la). Não se relaciona nem um pouquinho com a indústria aeroespacial. Está cada vez mais distante de ser um normatizador. Até o hotel que lá existe, que serviria para dar impulso e força aos nossos quadros voltados para a aviação, virou trânsito para os doentes do HFAG e suas famílias. Para coroar, o CEMAL está realizando Junta Regular (para não aeronavegante). Pasmem! Que mistura terrível e comprometedora...

Se for para funcionar apenas como junta pericial, que se transfira a nomenclatura de Centro para São Paulo que realiza muito, mas muito mais perícias do que essa instalação que tinha na sua estrutura física todo o potencial de centro, mas que por falta de identificação com a aviação dos administradores que fizeram as escolhas, se perdeu...

O CEMAL foi idealizado para conter três Institutos, porém a transformação desses Institutos em Unidades até mesmo sem encaixe nos organogramas fabianos, com comandos fora dos quadros originais, tiraram do CEMAL seu sangue, deixando um esqueleto sem asas. Mas quem se preocupa com as asas do CEMAL?

Alguns anos atrás, o atual Comandante da Aeronáutica pediu-me assessoria sobre a possibilidade de transferir a DIRSA para a área do CEMAL. Nessas instalaçõe tão especificamente planejadas (por sonho e méritos do Cel. Med. Celso De Bona) e eu, meu parecer foi literalmente contra!

Quando o roncar dos aviões tinha raízes e garras, só gente da ativa e muito bem gabaritada podia examinar e julgar no CEMAL. Hoje, colocamos os pesos nos ombros dos R2, a grande mão-de-obra. Recrutar aviadores é muito fácil, dentistas R2 então, nem se fala, nem é preciso, mas recrutar médicos para a ativa é trabalho de profissionais. Dobraram os oficiais do Serviço de Saúde que não necessitavam ser recrutados, reduziram o expediente ao meio e chegamos num resultado menos eficaz.

Esvaziado e com puxadinhos o tesouro está indo perigosamente ao fundo.

Os acidentes por falta de uma seleção mais efetiva e rigorosa virão, embora eu não os deseje. Deus é brasileiro, mas não sei se é aviador.

A FAB necessita novamente de uma formação de pessoas compromissadas com objetivos aéreos e não com a construção e reformas prediais. O aviador que tem o poder de escolher e priorizar, e por isso toda a responsabilidade, só tem tido dedos e olhos para a medicina hospitalar e assistencial. Aquela mesma que foi entregue numa licitação para a “Instituição Gama”, que recebe uma taxa administrativa, fatia do dinheiro do contribuinte e que pôs às claras toda a incapacidade de gerenciamento do processo.

O CEMAL é um tesouro nas pessoas que ali se dedicam e para elas e seu Diretor meus sinceros parabéns. Todos fazem o melhor que podem, entretanto é preciso um novo perfil de administradores que saibam distinguir o que é fundamental para aviação e o que pode ou deve ser um bom plano de saúde.

Os fortes se tornaram perigosos e os perigosos mesmo, têm uma rede de amigos e interesses comuns. Tudo se torna um e as verdades não podem ser ditas.

= Servir a ou servir da ?... =

O CEMAL é o espelho da história. É um espelho sem pára-quedas caindo do céu azul de tantos brigadeiros.

Azar (?) da aviação brasileira, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos...

(*) Brig. Méd. Ref. José Roberto Gabriel - ex-Diretor do CEMAL, do HFAB de Brasília e do Hospital das Forças Armadas - DF; entre outras OM do Sistema de Saúde da Aeronáutica e outras qualificações técno-profissionais.


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