Mais vale um burro que me carregue
do que um cavalo que me derrube...
GIL VICENTE
Farsa de Inês Pereira,1536
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OBSERVAÇÃO E NOTA HISTÓRICA
Esta frase transformou-se num mote famoso que sempre é citado quando se trata de falar sobre o marido iideal por parte da ala feminina.Foi escolhida pelos críticos de Gil Vicente, e dada ao dramaturgo português como teste para que pudesse demonstrar, de fato, se era ele próprio que compunha suas peças.
Gil Vicente escreve uma farsa com o nome de Farsa de Inês Pereira e usa esse mote como tese central da peça. A frase é colocada na boca de Inês Pereira, protagonista, jovem mulher que procurava marido para casar. Ajudada pela mãe e pela alcoviteira Lianor Vaz, Inês foi tentando escolher seu futuro esposo, usando várias estratégias na escolha, tentando classificar os candidatos, entre burrinhos e sabidões, entre machões bravos autoritários e submissos parceiros às ordens de sua vontade, caprichos e interesses...
Gil Vicente consegue escrever uma comédia interessante. No primeiro casamento Inês casou com um escudeiro que partiu para África e a deixou vigiada e presa em casa.
Morto o marido numa batalha em África, Inês sentiu surgir sua liberdade e, já viúva alegre, resolveu sair um pouco de casa para se divertir, fazendo questão de "Ir folgar onde eu quiser"...A alcoviteira continuou procurando, e arrumou-lhe finalmente um modelo ideal: Pero Vaz casa com ela e a partir daí Inês ficará com sua total liberdade: tem um maridinho a seu serviço, que irá fazer-lhe todas as suas vontades e lhe permitirá todas as liberdades e saídas para ela se divertir quando e onde ela quiser.