No momento da entrega, não há donos ou cismas. Na junção do que unido já está, você adentra na recepção. A identificação dá-se pelo toque e sentir que o mar calmo está. Nele flutua-se e saímos levados pela corrente rumo mundo sagrado. Na leveza e suavidade da dança, saudamos o mar que deságua pelas paredes da caverna exposta e entregue. Quanto mais entras, mais adentro exigindo de ti minha busca por entre os vãos. Vens lavar-me e festejar a cada chegada. Corro de sala em sala sempre de olho em ti e se me alcanças, dou-me por entregue. Nado sincronizado é a entrega ao mar nos caminhos das ondas que abrem a única entrada da caverna. Lá estou a esperar-te envolta em minhas entranhas enoveladas que vais pacientemente desfazendo. E vou recebendo o mais puro oxigênio do líquido que me batizas e volto a nadar. Teu olhar e o mastro me alcançam e novamente como ondas me puxas ao mais profundo desejo. Nado leve e sincronizado tornam o amor feito e firmado sob a testemunha do mar.