Não se refuta a coerência que existe no tolo que sabidamente atenta ao todo, pois ele sabe e muito bem que todas as questões que envolvem as atitudes, ser-lhe-ão cedo ou tarde, exigidas. Mas porque será que o tolo sempre protegido está pelo acaso? Talvez o acaso seja algo tão elementar que o torna a princípio um pouco esperto a cada aprendizado que lhe dispuser. Esse aprendizado seria então a alma do negócio que requer desprendimento e quiçá uma habilidade genuína ao tolo. Não tem como haver uma pintura sem pincéis ou mesmo sem a ousadia de um sonhador que tenta enquadrar suas expectativas e dispo-las numa muralha que mantém de pé todos os sonhos. Há que se montar primeiros os tijolos, um a um à altura daqueles sonhos que formarão a mais bela curva que a arte surreal exige de um tolo que sabe sonhar e viver, ser feliz e despojado das iguarias de toda a forma de vaidade.