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Erotico-->A UNIVERSITÁRIA - CAP. 04 -- 01/03/2016 - 09:06 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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IV

Por ser um homem maduro, experiente e ciente de quanto me custavam as mensalidades do curso de graduação, eu fui um aluno assíduo. E não só isso: eu assistia as aulas com muito entusiasmo e prestando atenção a todos os detalhes, não deixando escapar nada; anotava tudo que achava importante. Às vezes, acabava me tornando chato de tanto inquirir os professores. Na realidade, eu era visto tanto por eles quanto pelos colegas de classe como um aluno dedicado e exemplar. A despeito da falta de tempo para os estudos, de fato eu era um bom aluno. Assim como fizera nos anos anteriores, não deixei de comparecer à aula na quinta-feira após o carnaval, mesmo sabendo que a maioria não daria as caras. Mas eu tinha um motivo a mais para não faltar: o desejo de encontrar com Virgínia.
Talvez ela não encarasse a faculdade como eu, ainda mais por ser uma jovem, e não visse problema em faltar num dia como aquele, onde é notório que a maioria dos alunos preferem estender os dias de folga por toda a semana, até porque muitos viajam e não acabam retornando a tempo de ir à aula. De todo feito, havia a possibilidade dela aparecer. Principalmente se levarmos em conta que os calouros são mais dedicados nos primeiros meses. E essa possibilidade, mesmo que remota, já me bastava. Eu preferia acreditar nela do que encarar o desapontamento. Se este viesse, que eu só soubesse na hora.
Infelizmente não a encontrei; aliás, como a maioria dos alunos, ela também não foi. No entanto, encontrei Andréa no intervalo. E ao avistá-la, corri em sua direção a fim de obter informações da amiga.
-- Virgínia não apareceu hoje – asseverou. -- E acho que nem vai vir amanhã. Faltou um monte de gente. Nem eu pretendo vir amanhã – acrescentou.
Fiquei profundamente decepcionado. E tive de fazer um certo esforço para lhe ocultar isso.
-- Quem sabe ela vem amanhã – deixei escapar. Embora ela estivesse certa, ainda sim mantive as esperanças.
Poderia ter me despedido e voltado para sala de aula, mas eu estava consciente de que Andréa me poderia ser uma grande aliada e alguém capaz de influenciar a amiga a meu favor. Por isso convidei-a para irmos à cantina tomar um café. E brincando, indaguei-a:
-- Seu namorado não é muito ciumento não, né?
-- Namorado? Não, eu não tenho namorado.
-- Ah, desculpe-me. Pensei que aquele rapaz lá no clube fosse.
-- Não, não. Foi só um cara que encontrei lá. Aí resolvi ficar com ele – contou. Aliás, não teve pudor em acrescentar que saíram dali e terminar a noite num motel. Não chegou a dar detalhes do que se passou, mas fez questão de dizer que o rapaz, como a maioria dos homens, era um egoísta e só estava interessado no próprio prazer.
-- Isso não é verdade! Há homens que se preocupam com o prazer da parceira. Se você procurar um homem mais maduro, tenho certeza que você terá outra opinião – falei, puxando a sardinha para o meu lado, mas sem contudo a intenção de passar-lhe uma cantada. -- Nada contra os homens mais jovens, até porque eu também já fui um, mas a inexperiência pesa contra eles. Em se tratando de prazer, todos nós somos egoístas, mas nesse ponto os jovens são bem mais. Os mais velhos pelo menos se preocupam com o parceiro.
Ela concordou, principalmente quando lhe disse como é difícil para um rapaz entender o quanto o universo feminino é distinto do masculino.
-- Quando tinha treze anos, fui seduzida pelo meu tio. Ele tinha vinte e três anos. Mas fora isso, sempre saí com rapazes mais ou menos da minha idade. Mas ainda vou sair com um homem mais velho só pra ver – afirmou de forma jovial.
Mudei de assunto, embora tenha ficado curioso para saber essa história do tio. Então passei a indagá-la acerca do seu curso. Foi o que me ocorreu para, no meio de minhas indagações, arrancar-lhe algo de Virgínia.
Faziam Letras e estavam na sala 11. De fato, a maioria das turmas do primeiro semestre estavam no primeiro andar. Isso não me era novidade. Quando pisei ali no primeiro dia de aula, minha classe também era naquele andar, na sala 17. Ainda me recordo da maioria daqueles rostos embora muitos deles ficaram pelo caminho e deixaram poucas ou quase nenhuma lembrança.
Eu não quis ser incisivo e indiscreto. Por isso não insisti em lhe arrancar informações sobre a amiga. Tudo tem a sua hora de ser e forçar a barra naquele momento só poria tudo a perder. Afinal, a discrição é um dos traços da inteligência. Ainda mais que o sinal tocou e sugeri que, já que estávamos ali para estudar, que fôssemos para a classe. No entanto, antes de nos despedirmos, disse-lhe:
-- Foi uma conversa agradável! Espero ter outras oportunidades.
Ele retribuiu o elogio:
-- Também gostaria.
Voltei à sala de aula e não pensei mais nela. Naquela noite, sua imagem ocorreu-me algumas vezes, mas sempre associada à de Virgínia, pois de certa forma uma estava ligada à outra; pelo menos até que Andréa me ajudasse a conquistar a amiga.
Pensei em não ir à faculdade na sexta-feira. “Se ela não foi ontem, hoje é que não irá mesmo!”, lembro de exclamar. Todavia, conclui: “Isso não é desculpa para não ir. Não gosto de faltar. Pago para estudar e não para faltar às aulas”. Assim, acabei indo.
Estava tudo vazio e morto. Embora houvessem mais de mil alunos naquela instituição de ensino, talvez não se contasse uma centena de corajosos. Aliás, quando entrei na classe não havia ninguém. “Sabia que não deveria ter vindo. Às vezes, ajo como um tolo.” E isso me fez tomar a resolução de voltar para casa.
Mas quando desço as escadas, deparo com Andréa, sentada numa cadeira de frente para a escadaria, como se esperasse por alguém.
Surpreso, pois ela me dissera que não viria à aula, aproximei e a cumprimentei.
-- Olá! Mudou de ideia?
Ela se levantou e me deu três beijinhos na face, acrescentando:
-- Mudei. Não tinha nada pra fazer em casa, então resolvi vir. Sabia que te encontraria aqui.
Puxei uma cadeira e sentei de frente para ela, do outro lado da mesinha de mármore.
Embora não reparara nela no dia anterior, não deixei de notar que usava uma roupa mais sexy e dera uma atenção especial à aparência. Dir-se-ia ter se produzido para uma festa e não para frequentar uma faculdade. Aliás, parecia ter um encontro após as aulas. Contudo, não achei isso estranho, pois as mulheres sentem o maior prazer em se embelezar, mesmo para ocasiões onde isso não tem a menor importância. Não as condeno. Desde os primórdios da humanidade, elas sempre estiveram associadas à beleza, ao adorno, ao enfeite, ao uso dos mais variados produtos para reforçar-lhes a beleza. Dai a maquiagem e a roupa serem as mais eficientes armas de sedução.
-- Acabei vindo, mais não apareceu ninguém. Já estava indo embora – falei.
-- Na minha classe veio uma meia dúzia, mas decidimos todos não assistir aula. Mesmo que ficasse alguém, eu não ficaria.
-- Mas então por que você veio?
-- Para te encontrar.
-- Me encontrar? -- repeti com espanto.
-- É. Gostei de conversar contigo ontem. Aí pensei: Por que não ir hoje e ficar lá batendo papo com ele? Aí vim. Agora estou aqui. Mas só se não for te atrapalhar e se você não tiver de voltar logo pra casa.
Ainda um tanto embaraçado e surpreso, acabei dizendo:
-- Não, não. Para todos os efeitos, estou assistindo aula.
Talvez eu não devesse lhe ter dito isso, ainda mais da forma que dissera. Não posso afirmar com toda a certeza, mais o fato de estar interessado na amiga dela e ter afirmado que “para todos os efeitos” estava na faculdade deu-lhe a impressão de que eu costumava usar essa desculpara para sair com colegas sem que minha mulher desconfiasse de alguma coisa.
-- Então temos muito tempo pra conversar – afirmou ela, com um largo sorriso.
De forma tímida, concordei.
-- Que tal a gente ir para outro lugar? Você se importa de ir a um barzinho?
Cheguei a cogitar a negativa. Embora surpreso com sua beleza, ainda mais pelo brilho que se lhe expandia dos olhos, isso não me despertou os instintos que normalmente levam os homens a praticar atos dos quais se arrepende depois. No entanto, pensei na amiga e em quanto Andréa poderia me ser útil. De forma que não vi mal algum em acompanhá-la. Inclusive, ocorreu-me que talvez fosse uma grande oportunidade de saber mais sobre aquela jovem que vinha me levando ao desespero.
-- Não claro que não – respondi.
Fomos a um a duas quadras dali; aliás, um local muito frequentado pelos estudantes daquela instituição. Eu mesmo, uma dezena de vezes estive ali com meus colegas de classe. Nas primeiras vezes inclusive, fiz questão de telefonar para Mathilde e convidá-la para vir. Ela chegou a aceitar em duas oportunidades, mas se sentiu uma estranha no ninho, no meio daqueles universitários que o tempo todo só sabiam fofocar de seus mestres. Por fim ela acabou recusando meus convites seguintes, dizendo não se sentir bem no meio de nós.
Andréa pediu um drinque a base de vodca e perguntou se eu não a acompanharia. Disse-lhe que não, que precisava dirigir de volta para casa e por isso não deveria ingerir bebida alcoólica. Acabei pedindo uma água mineral com gás.
A princípio, ela falou de si. Era filha única de um renomado advogado e de uma pediatra. Seus pais eram separados e ela morava com a mãe. O pai lhe pagava a faculdade, o curso de inglês e espanhol e ainda lhe dava algum dinheiro para o sustento. Perguntei-lhe a idade e ela me confessou ter vinte e um anos, o que não me surpreendeu. Embora muitas pessoas não aparentam a idade que tem, este não era o caso de Andréa.
Ela também me inquiriu acerca de minha história. Não lhe escondi nada. Não vi motivos para isso. A aliança no dedo não deixava dúvidas de que eu era casado. De mais a mais, quando se quer fazer alguém de aliado, a primeira providência é não mentir; pois um aliado deve estar preparado para qualquer contratempo, inclusive tirar o outro do embaraço quando for necessário.
Após o primeiro drinque, ela pediu outro. Vendo-a ingerir bebida alcoólica daquela forma, cheguei a dizer a mim mesmo: “Vai ficar bêbada rapidinho”.
Ela pareceu relutar em falar sobre Virgínia, talvez com medo de prejudicar a amiga. Por mais de uma vez desconversou e não me respondeu. Contudo, não deixou de me dar informações valiosas. Disse-me que, pelo que sabia, a amiga era de uma família humilde e só frequentava a faculdade porque ganhara uma bolsa de estudos. Disse-me também que ela trabalhava durante o dia e saia do trabalho direto para a faculdade. Perguntei-lhe a idade e ela me contou que não sabia, mas que descobriria. Obviamente não deixei de inquiri-la se sabia se Virgínia tinha namorado. Novamente afirmou não saber. Mas achava que não porque nunca falara de um relacionamento.
-- Se ela tivesse, já teria me contado. Você deve saber como são as mulheres. Se tem uma coisa que não escondem das amigas é o namorado. É como se isso nos tornasse mais importante e superior. No fundo elas só querem dizer: tenho um homem, fui escolhida e coisas assim.
Achei graça do seu ponto de vista e dando uma risada, deixei escapar:
-- Vocês mulheres não valem nada!
-- Pra certas coisas, não mesmo – concordou, pondo a sua mão sobre a minha e acariciando-a.
Foi quando desconfiei que talvez aquela jovem estava querendo mais do que eu estava disposto a lhe dar. Tanto que cheguei a dizer com os meus botões: “É melhor eu tomar cuidado com essa aí. Pelo jeito não vale um puto furado”.
-- Você costuma sair com garotas? Mesmo sendo casado?
-- Eu? -- exclamei surpreso. -- Não, não.
-- Não minta, vai! Se você está a fim de sair com minha amiga é porque você já fez isso antes – concluiu.
Confesso ter ficado sem jeito e com rubor na face. E mais uma vez pensei em negar. Mas isso não me ajudaria em nada. Por isso acabei dizendo:
-- Já traí minha mulher umas duas vezes. Mas aqui, da faculdade, nunca sai com ninguém. Ela vai ser a primeira – disse, demonstrando obstinação e certeza.
-- E o que você viu de tão interessante assim nela? Fiquei curiosa em saber. Não que ela não seja uma garota bonita e sexy, mas aqui tem outras bem mais bonitas e interessantes que ela. Além do mais, ela é pobre e nem se veste direito – deixou ela escapar.
-- Às vezes, somos atraídos por alguém de uma forma intensa sem que saibamos o porquê. No fundo, uma mulher tem que ter qualquer coisa além de beleza. Além do mais, penso como Epicuro com relação aos prazeres: se a natureza os solicita, não há como olhar a raça, a origem ou a condição social. E tenho de admitir que ela me deixa doido, como um cão ao farejar o cio.
-- Mas você sente alguma coisa por ela? Ou é só desejo mesmo?
Mais uma vez fiquei constrangido com aquela pergunta. Porém não deixei de respondê-la.
-- Nem eu sei direito. Mas acho que tudo não passa de tesão, de vontade de transar com ela. Aliás, nem posso me envolver demais com ela. Isso seria por demais complicado e me traria incontáveis problemas.
Ela aproximou seus lábios do meu ouvido e sussurrou:
-- Vontade de foder ela até não poder mais. Não é? Você imagina que ela pode te dar muito prazer e então tá louco como um gato atrás de uma gatinha no cio.
Se surpreso eu estava com suas indagações, mais ainda fiquei com aquelas palavras. Jamais me passou pela cabeça ouvir isso de uma mulher. Ainda mais de uma jovem com a qual eu não tinha intimidades. Aliás, conclui que essas palavras eram, na verdade, efeito dos dois drinques que ela tomara. “Já está bêbada e ficando soltinha. Uma mulher quando bebe começa a falar besteira e solta tudo que lhe vem à cabeça”, pensei.
-- Não seu explicar direito. Mas também não posso negar que é isso também. Um homem só se aproxima de uma mulher com segundas intenções se consegue ver nela uma fonte inesgotável de prazer. Se essa fonte não existe, ele não perde seu precioso tempo. Nisso, os homens são de uma praticidade fora do comum.
-- Ainda mais se é uma mulher jovem.
-- Exatamente. Aliás, um famoso autor disse certa vez: uma fêmea nova é um investimento; uma velha é prejuízo total. -- e dei uma risada. -- Da mesma forma que as mulheres tendem a ver num homem mais velho a estabilidade, segurança e consequentemente alguém com maiores chances de lhe dar condições de gerar um filho e dar-lhe um futuro brilhante, o homem ver na mulher jovem a virilidade, a possibilidade de gerar filhos melhores e mais saudáveis. Não se trata de algo consciente, que se reflete sobre, mas ocorre sempre. É instintivo. É algo que está no DNA. Ou seja: não se pensa sobre isso, mas acaba-se chegando a essa escolha inconscientemente. Deve ter alguma coisa a ver com a seleção natural de Darwin.
Não que eu fosse um entendido do assunto, mas isso não era novidade para ninguém. Qualquer pessoa com um bom nível de conhecimento sabe perfeitamente que é assim que as coisas funcionam, gostemos ou não.
-- Mas não é por isso que você quer sair com minha amiga, não é?
-- Talvez instintivamente seja. Mas não é esse o meu objetivo. Só quero transar com ela uma, duas, três vezes e pronto. Nada de envolvimento emocional ou qualquer outra forma de ligação. Não quero transformá-la numa amante ou coisa assim. Não, não é nada disso! É só por prazer mesmo; pela foda. Talvez porque a gente fica cansado de foder sempre a mesma xoxota. E sabe como é: uma xoxotinha nova pelo menos dá a gente um pouco de ilusão, de que ainda temos a virilidade dos nossos dezoito anos. E talvez até queremos mostrar para nós mesmos, para nos convencermos, que não estamos assim tão velhos, de que o fim está mais distante do que aparenta. É um pouco de tudo – falei.
Andréa inclinara-se para frente e mantinha o queixo sobre a palma da mão enquanto o braço, cujo cotovelo estava sobre a mesa, jazia estendido, funcionando como suporte. Na maior parte do tempo ela mantinha os olhos fixos nos meus, como se tentasse me hipnotizar. Vez ou outra deixava escapar um sorriso. E por mais de uma vez cheguei a ter a impressão de que me lançava um tímido beijo.
-- Gostei da sua sinceridade – disse ela, sorrindo.
-- Se você vai me ajudar, tenho de ser sincero contigo – falei.
-- Mas e se ela for uma dessas garotas caretas, que não sabe fazer nada, que só fica lá na cama esperando o cara fazer tudo? Isso não te decepcionaria?
-- Não necessariamente. Ninguém nasce sabendo. Ah, com toda certeza eu a transformaria numa puta. Mas hoje em dia esse tipo de mulher quase não existe mais. As meninas de treze ou quatorze anos sabem mais de sexo do que sabia há duas ou três décadas uma mulher de trinta. Não sei onde aprendem. Talvez na internet. Afinal, pode-se aprender tudo ali. Mas parece que já nascem sabendo. Por mais de dois mil anos, chamar uma mulher de puta era uma ofensa sem tamanho. Só que hoje não é mais assim. Pelo contrário: ser chamada de puta é quase um elogio, quer dizer que ela não estar atada às correntes da moral, vivendo de imagens e imaginação como os prisioneiros da caverna de Platão.
-- De fato os tempos são outros.
– Já era tempo de acabar com esse machismo, com esse moralismo judaico-cristão. Já estamos no século XXI.
Consultei o relógio. Faltavam cinco minutos para oito e meia.
-- Tõ te atrapalhando? Se você precisar ir embora não tem problema.
-- Não. De forma alguma. Ainda temos muito tempo. Afinal, as aulas terminam só as dez e quarenta. Ainda falta muito tempo.
-- Fico feliz de ouvir isso. Aliás, tive pensando naquela conversa de ontem.
-- Conversa? O que foi que eu disse? Já nem me lembro mais – De fato, não me recordava de ter-lhe dito algo tão significativo, que valesse a pena uma reflexão. Talvez porque estivesse tão interessado em saber sobre Virgínia que o resto me pareceu insignificante.
-- Sobre sair com um homem mais velho e maduro.
-- Ah, sim! Realmente disse isso. E que conclusão você chegou?
-- Que adoraria experimentar. Na verdade, estive pensando se você não toparia?
-- Toparia o quê?
-- Me mostrar o que um homem maduro tem a oferecer. A gente faz uma troca. – Nisso ela aproximou os lábios do meu ouvido e acrescentou: você me fode e eu te ajudo a foder minha amiga. Não é uma troca justa?
Fiquei mudo por alguns instantes, enquanto tentava criar a imagem de nossos corpos se unindo, para assim encontrar uma razão para aceitar aquela proposta; aliás, uma proposta tentadora. Todavia, essa tentativa era prejudicada pelo fato de eu temer que isso fosse me levar a enveredar por uma caminho sem volta, pois é mais fácil não começar do que parar. Por outro lado porém, eu temia que se recusasse ela se chateasse e acabasse não só não me ajudando como convencendo a amiga a não ceder as minhas investidas. E isso acabaria com qualquer chance de seduzir Virgínia.
Por alguns instantes relutei. Precisava pôr os prós e os contra na balança. No entanto, a própria Andréa acabou decidindo a coisa a seu favor. Curvou-se um pouco mais para frente, aproximando-se de mim, embora houvesse uma mesa entre nós, e com os olhos fixos nos meus, levou a mão à borda do vestido, bem ali entre os seios, e a puxou levemente para o lado, porém o bastante para chegar até o mamilo, deixando-o visível, e perguntou:
-- Não gostaria de experimentá-los? -- Então tornou a aproximar os lábios do meu ouvido e acrescentou: -- Aposto como faz um bom tempo que você não chupa um desses, redondinho e bem durinho assim.
-- De fato faz – respondi, já começando a ficar excitado.
-- E só pra você saber, já estou toda molhadinha – tornou a sussurrar. Nisso, levou os lábios aos meus e beijou-me, mordiscando levemente meu lábio inferir.
Não tive dúvidas de estar diante de uma puta, daquelas bem depravas que não tem pudor e são capazes de tudo para buscar o prazer. Hoje, elas são bem mais comuns do que no passado, pois sabem que isso não as diminui como mulher. Embora muitas ainda reprimam seus instintos e se sujeito a uma moral perversa e machista em detrimento de suas vontades, o pudor, fruto do medo e da vergonha, é algo que vem caindo em desuso. E o fato de Andréa ser esse tipo de mulher explicava sua queixa com relação aos rapazes, para os quais esse tipo de comportamento feminino é, em muitos casos, um tabu. Nesse ponto são ingênuos, mesmo os mais espertos, ainda com muito o que aprender sobre sexo; pensam que mulheres que buscam o prazer a qualquer custo só existem em bordéis. Doce ilusão. Não se olham no espelho para ver que são capazes do mesmo sem se sentirem culpados.
Não tive como evitar a lembrança de seu dorso recostado à parede do clube enquanto aquele rapaz se roçava nela. Súbito, visualizei-lhe as longas e brancas coxas e me vi com os quadris afundados no meio daquele par de pernas. E numa sucessão de imagens rápidas, como se passasse o olho por dezenas de fotografias espalhadas a esmo no chão, vi-me possuindo-a nas mais diversas posições.
Se ainda havia alguma chance de recusar aquele pedido, ele terminou ali. Aliás, não pude evitar o pensamento: “Talvez ela não me faça experimentar o êxtase que a amiga há de me levar, mas não tenho dúvida de que experimentarei coisas que já não experimento há muitos anos. Fiz de Mathilde uma puta, a minha puta, mas até das putas a gente acaba cansando um dia, pois as sensações se esgotam rápido demais. Sei que não estou fazendo a coisa certa, mas não vou perder esta oportunidade. Deus há de me perdoar. Afinal, uma xoxota jovem não se deve desprezada”. Já bastante excitado e incapaz de medir as consequências de meus atos, acabei dizendo:
-- Se é isso que você quer, negócio fechado.


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