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Artigos-->NOVA DESORDEM MUNDIAL -- 15/11/2003 - 00:23 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A NOVA DESORDEM MUNDIAL



Francisco Miguel de Moura

Escritor, da APL



Já sei que não vou mudar uma só linha da história, porque meu combate é pela não-violência. Dizem que Gandi, pela não-violência, mudou a história da Índia. Seria mudar um pouco a história do mundo. Será que mudou ?

Por falar na história do mundo, começamos pelos Estados Unidos, nação que responde por um terço da produção mundial, com produto interno bruto (PIB) de cerca de 8 trilhões – maior que o da Alemanha e do Japão juntos. Suas Forças Armadas têm orçamento comparado ao das 25 maiores nações do mundo. Donos do mar, da terra e do ar, a globalização do planeta se dá de fato, não apenas econômica mas também política e culturalmente, de forma tão rápida que chega a assustar-nos. O quarto país mais extenso do planeta, população de cerca de 274 milhões, destaca-se como o principal pólo de imigração internacional. Renda “percápita” das mais elevadas do mundo e um índice de desenvolvimento humano (IDH) só superado pela Noruega, os Estados Unidos sediam as principais organizações internacionais: BANCO MUNDIAL, FMI, G-7, NAFTA, OCDE, OEA, OMC, OTAN, ONU etc.

No final do século XX, tendo-se desembaraçado do seu rival maior, a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (que se transformou na atual Rússia, sem poder nem vontade de competir), acham-se os Estados Unidos no dever de transformar todo o mundo e conquistá-lo por bem ou por mal para o “sistema de vida americano”. É isto o que presidente George Bush, o pai, (1989-1993) chamou de “a nova ordem mundial”. O atual presidente, eleito por uma forma burocrática, visto que pelo voto popular fora rejeitado, é George W. Bush, filho daquele. Em seu último giro pelo Oriente (Japão, Coréia do Sul e China), para se ter uma idéia da animosidade que levantou, comecemos pela frase do Ministro das Relações Exteriores da França, Hubert Védrine: “Da maneira como ele fala parece que não existem mais chineses, franceses, italianos ou indianos. Existem apenas americanos e não-americanos.” A Globo informou que, com uma simples troca de palavra, George W. Bush mexeu na economia do Japão, baixando a bolsa e desvalorizando o yen. Na Coréia do Sul, atacou a Coréia do Norte. As duas nações estão se aproximando com vistas a uma breve reunificação. Assim, Bush conseguiu o contrário do que queria: uma manifestação dos sul-coreanos em favor dos comunistas. O ataque de Bush ao “tripé do mal” (Irã, Iraque, Coréia do Norte), indicava que aqueles países seriam os próximos alvos, depois do Afeganistão. Na China, como nos outros países, Bush intimou os chineses a imitarem os Estados Unidos, disse que a liberdade religiosa não interfere nas demais. Sua fala, numa universidade chinesa, foi respondida pelo Vice-Presidente do país, informando que lá não há nenhum condenado por causa de religião, mas sim por crime. O resultado é que nenhum dos chefes de Estado gostou do caubói, e fecharam a cara ao que ele disse, no fundo aprovando as palavras do Presidente da Coréia do Norte, referindo-se a uma guerra contra “o eixo do mal”:

- “Menino, vai te aquietar, isto aqui não é o Afeganistão”.

Em suma, “a nova desordem mundial” é isto: todos devem submeter-se aos Estados Unidos, imitar a forma de vida americana, falar inglês, assistir aos seus filmes e ouvir suas músicas de péssima qualidade, sempre dizendo amém à “nova ordem”, que inclui a convivência com as “drogas” e o negócio do narcotráfico (500 bilhões de dólares, o primeiro do mundo em volume), assim como a indústria e o comércio de armas de fogo (o segundo maior produto comercial mundial, sendo os Estados Unidos seus maiores produtores e vendedores).

Eis a nova desordem mundial. Como é que se pode ficar a favor?



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Francisco Miguel de Moura é escritor e opinionista do “Diário do Povo”, Teresina, Pi. E-mal: franciscomiguelmoura@ig.com.br

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