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cronicas-->Antes Me Chamavam de Flor e Doce, Então Eu Atraia Abelhas e -- 30/05/2017 - 15:18 (Luciana do Rocio Mallon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Antes Me Chamavam de Flor e Doce, Então Eu Atraia Abelhas e Borboletas, Mas Hoje Me Xingam de Coxinha e Mortadela, Por Isto Só Atraio Carnívoros

Reza a lenda que quando as pessoas nos elogiam de determinados componentes da natureza, exalamos um pouco do espírito destes elementos atraindo seus admiradores e predadores naturais.
Nos anos 90, eu era uma vendedora tímida e simpática de lojas de roupas. Além de participar de saraus, de artistas idosos, fazendo repentes poéticos e inocentes. Por isto, era comum escutar elogios como:
- Você é uma flor!
- Você é um doce!
Eu lembro-me que, naquela época, era comum ver abelhas, borboletas e joaninhas perto de mim. Numa tarde de primavera, após uma cliente ter me chamado de flor, uma borboleta posou na minha blusa. Deste jeito, outra vendedora comentou:
- De tanto as freguesas chamarem você de flor, as borboletas procuram a sua pessoa.
O tempo passou, precisei deixar o meu serviço no comércio e abandonei os saraus artísticos. Ás vezes, penso que algumas criaturas arrancaram as pétalas, da flor que eu era, e roubaram todo o meu mel. Porém por volta de 2010, comecei a escrever, voluntariamente, em blogs. De vez em quando surgiam assuntos sobre política. Eu sempre tentava fugir deste vespeiro. Mas havia vezes que eu não conseguia. Por isto algumas pessoas começaram a me chamar de:
- Coxinha!
- Mortadela!
A partir daquele ano notei que cachorros e gatos passaram a me seguir na rua. Para mim, isto sempre foi uma honra, porque gosto de fazer carinho nos bichinhos. O problema é que alguns destes animais tentaram me morder, como se eu fosse uma refeição.
Será que, realmente, fiquei com cheiro de coxinha e mortadela de tanto me chamarem disto?
Estou começando a acreditar que as palavras têm magia e vida igual o Misticismo tanto fala. Pois, hoje, eu não pularia num rio com medo de que as piranhas surgissem, das profundezas, e me devorassem.
No momento, procuro voltar, pouco a pouco, aos saraus poéticos com o objetivo de recuperar meu mel e me tornar, novamente, uma flor no olhar dos seres ao meu redor. Afinal, já estou com saudades das borboletas, joaninhas e abelhas.
Luciana do Rocio Mallon



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