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Cartas-->Carta de Tristeza. -- 12/10/2009 - 15:56 (Giovanni Salera Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARTA DE TRISTEZA

Nunca tive tanta tristeza em minha vida como sinto agora !!! O desgosto que sinto nesses dias tem transformado minha vida num tormento constante.
Ter que enfrentar diariamente uma situação de convívio desagradável com pessoas rudes, frias e esnobes num ambiente de trabalho caótico tem sido muito difícil para mim.
Geralmente, as pessoas pensam que trabalhar bem vestido e engravatado numa agência bancária é algo fascinante e extremamente prazeroso. Vejo que muitos clientes ingênuos e mal informados me olham desejosos, querendo estar no meu lugar. Mas, não sabem tais pessoas que a realidade que enfrento todos os dias é bem diferente do que pode imaginar qualquer cidadão.
Eles não sabem das agressores que sofre um bancário no seu dia-a-dia. As inúmeras pressões que passamos podem ultrapassar nossa capacidade de enfrentamento. Por mais forte que você seja, as pressões contínuas durante muito tempo acabam desestruturando sua vida.
Logo quando se ingressa num serviço desses, você está todo motivado, tranqüilo e cheio de disposição. Mas, já nas primeiras semanas você começa a manifestar os sintomas negativos do volume de trabalho que lhe é imposto.
A primeira área que é afetada é o humor, que na maioria das vezes faz sua alegria e entusiasmo dar espaço à tristeza, melancolia, preocupação e desesperança.
Assim, todas as funções corporais ficam comprometidas, e são comuns aparecerem sintomas de perda de apetite e de peso. Sei que a maioria dos meus colegas de trabalho apresenta sintomas como dificuldade com o sono. Muitos não conseguem relaxar e adormecer, outros tem dificuldade em manter o sono, e há ainda aqueles que acordam mais cedo que o habitual com grande dificuldade em voltar a dormir. Entretanto, alguns poucos experimentam o inverso, um aumento nas horas de sono. Estes sentem a necessidade de dormir mais horas do que o habitual para repor suas energias perdidas.
E, a partir daí, surgem inúmeros efeitos colaterais. Hoje, não tenho mais energia para nada; não sinto interesse por sexo, e a vontade de realizar coisas novas desapareceu completamente da minha vida.
Não há nenhum instante sequer que eu não sinta fadiga. Ao longo do dia sinto minha boca seca, tenho náuseas e às vezes diarréia. Por vezes surgem dores misteriosas que parecem ir de um lugar para outro e desaparecem quando a depressão melhora um pouco.
Mesmo quando chego em casa, não consigo relaxar, nem sou capaz de fazer nada satisfatoriamente. Sinto uma enorme dificuldade para realizar as atividades do dia-a-dia, como tomar banho, vestir-me, comer etc.
Até mesmo aos finais de semana sinto-me perturbado, pois passo as horas de folga ruminando as frustrações, as experiências ruins e todas as coisas horríveis que insistem em "não sair da minha cabeça".
Todos os dias quando acordo, após noites mal dormidas, vou ao banheiro e me prostro vários minutos diante do espelho pedindo a Deus que me dê forças para suportar mais um dia de sofrimento.
Minha vida tem sido um tormento; não tenho paz, nem alegria. Tento disfarçar o sofrimento com um sorriso amarelo, mas infelizmente não consigo convencer ninguém.
Quando paro para pensar um pouco vejo que meu viver é amargo, doloroso e sofrível. Nas poucas horas lúcidas que tenho percebo que meu coração é dominado por um sentimento de incapacidade, como se eu vivesse em meio às trevas ...
Sei que tenho uma vida fracassada e não vejo sentido na minha existência ...

Iperó - SP, 26 de setembro de 2009.

João Vale dos Santos

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Iperó - SP, Setembro de 2009.

Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
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