Usina de Letras
Usina de Letras
70 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62196 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10353)

Erótico (13567)

Frases (50600)

Humor (20028)

Infantil (5427)

Infanto Juvenil (4761)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Baru -- 19/03/2000 - 17:12 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Baru não é propriamente um cão de guarda. Na realidade atua melhor como comissão de boas vindas e está sempre pronto a receber o visitante com agrados os mais variados. Fazia um bom tempo que não o via e não pude conter o espanto quando o vi. Como cresceu. Mas continua bobo, alegre e amigo como sempre foi, desde pequeno.

Conversei um pouco a sós com ele e pude constatar que continua o mesmo bom e velho baru, na versão adulta apenas no tamanho. No coração continua a criança de sempre. Pronto para uma bagunça, uma boa lambida e uma conversinha de pé de orelha. Ninguém comenta, mas Baru é deste cães como a Âmbar. Eles conversam com a gente. Âmbar prefere um bate papo quando está em nossa cama, com seu cobertor. Duvido que Baru conte com esta facilidade. Pelo que vi ele conversa no jardim mesmo. Mas não conversa com qualquer um.

Contam-se muitas estórias sobre Baru. Eu não acredito. Duvido que ele seja capaz de rasgar tapetes, ou estragar um jardim cuidado com tanto carinho. Não devem estar falando do mesmo Baru. Há de ser um homónimo.

O Baru que eu conheço é doce, meigo e sacode o rabo a ponto de pairar no ar, algo como uns vinte e cinco ou trinta centímetros, só de felicidade por encontrar um amigo. Mesmo um amigo relaxado como eu, que raramente o visita. Um Baru assim, com esta cara de sofrimento, jamais cometeria os crimes que lhe atribuem.

Outro dia me disseram barbaridades sobre seu comportamento dizendo que ele teria inclusive entrado dentro de casa e deitado no sofá. Falaram de jornais lidos antes do dono, jardim em desalinho. Fui conversar com ele. Fui duro, inquisitivo. No início ele relutou um pouco, depois disse que nenhum réu é obrigado a depor contra si próprio, que ele tinha todo o direito de calar. Assim como o ex-presidente do Banco Central. Disse isso e aquilo e eu ali, insistindo. Depois ele baixou o nível, fez cara de coitado. Estas caras que os cachorros fazem querendo comover, fazendo chantagem barata. Eu tenho experiência no trato com estes delinquentes e não me deixei levar.

Chegou um momento em que ele não resistiu e confessou.

- Tá bom. A costela de adão eu reconheço que fui eu. O resto não.


Escrito em 10.03.2000

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui