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Poesias-->Brilho Fosco -- 21/12/2001 - 09:14 (Gustavo Laranjeira) |
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Brilho Fosco
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Enegrecida noite de luz, pálpebras tremulam ao vento,
Enquanto avisto do alto, a cidade estática.
Logo ali, jaz em vida o meu amor de sempre.
Não viu rosto em mim. Não viu.
Nunca pôde ver.
*
Minha culpa sempre foi minha. Sempre foi culpa.
O que poderia ter mudado depois de tantos sóis e luas?
Seria diferente, se dos meus lábios o amor tivesse voado.
Teria sido a Glória, se você tivesse avistado o mundo luminoso.
*
A vitória é tão rara.
Às vezes nem a vemos.
A derrota acontece o tempo todo,
E é usada para construir a vitória.
*
Nesta noite não vi o que ganhei.
Mas perdi algo que não me pertencia.
Me libertei de uma lembrança inesquecível.
Abracei um paradoxo com a alma.
*
Enobrecida noite de luz.
Nem a chuva, nem o suor.
Não à lágrima, sim ao amor.
Percebi a importância dos olhares, das palavras.
*
Sempre fui um anti-eu.
E colho os frutos amargos e sapientes desta feita.
Sempre fiz um plano impossível.
Não impossível no ato, mas no tato.
*
Trago-te não numa lembrança real.
Em minha memória, estás em plano luminescente.
Apenas queria apagar um erro.
Queria poder espantar o medo e a incompreensão.
*
Embevecida noite de olhos longínquos,
Espalho o meu amor qual tapete vermelho no seu céu.
Entrego minha proteção de amigo.
Sou guardião de sua majestade.
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