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Cartas-->Guerrilha do Araguaia:Pela preservação do sigilo da fonte -- 13/08/2009 - 09:53 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De: Hugo Studart (studart@jornalismo.com.br)
Enviada: quinta-feira, 13 de agosto de 2009 8:43:01
Para: Félix Maier (ttacitus@hotmail.com)
2 anexos
tulip2.jpg (7,8 KB), image001.gif (24,3 KB)

Prezado Felix,

Agradeço o apoio, e peço que encaminhe este aqui também, artigo que acabo de receber, tecido pela professora Fernanda Matta de Araújo, do Rio de Janeiro, defendendo o direito dos pesquisadores e jornalistas de manterem o sigilo da fonte. Boa leitura, Hugo


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Prezados Senhores,

Recebi por e-mail, através de um amigo, uma objeção formal do grupo "TORTURA NUNCA MAIS", referente à participação do Sr. Hugo Studart como observador independente do Comitê Interinstitucional de Supervisão das atividades do Grupo de Trabalho criado pelo Ministério da Defesa, que busca localizar e identificar os corpos dos guerrilheiros na região do Araguaia.

Depois de ter lido o livro "A LEI DA SELVA", pareceu-me que o autor, tentou de todas as formas possíveis, desvendar de forma clara e imparcial, os fatos ocorridos durante o período da guerrilha do Araguaia, o que acho por si só, fato de extrema importância e, até então atitude inédita, para esclarecimento de boa parte da nossa História recente.

A não revelação das fontes, (parece ter sido a condição sob a qual, tais fatos, até então desconhecidos), foi a única maneira de ter acesso a documentos e registros comprobatórios da narrativa que se verifica no livro e, esclarece muito dos acontecimentos que ali estão descritos.

A não revelação das fontes, tem sido ao longo dos anos, em todos os países de imprensa livre, a forma de se fazer denúncias e averiguações, sem com isso comprometer a veracidade dos fatos e, uma forma de se discutir questões, onde a relevância dos acontecimentos, suplanta em muito, a identidade da fonte reveladora, ou até mesmo do executor da ação. Acho que no que se refere ao jornalista Hugo Studart, em seu livro "A Lei da Selva", trata-se exatamente deste caso.

Quanto ao destino dado aos corpos dos mortos e desaparecidos, pode parecer uma questão "menor" para o grupo "Tortura Nunca Mais", mas certamente não o é para a família de cada um deles. O Tempo, "senhor da razão", nos mostra através de Antígona, história que persiste em ser contada através de milênios, da importância do sepultamento de nossos mortos, dentro de nossas tradições e do luto próprio, de cada um.

A História que será contada daqui em diante, provavelmente será mais parecida com àquela revelada no livro do jornalista Hugo Studart, onde fatos são narrados e revelam parte do que aconteceu no Brasil durante a ditadura que se instalou à partir do golpe militar de 1964. Em 50 anos, não terá nenhuma importância o nome do comandante da ação no Araguaia, ou do guerrilheiro morto em combate.

Importante, é estarmos atentos para que episódios como este não se repitam, mas certamente não conseguiremos fazê-lo, se ficarmos presos à identidades dos executores e, deixarmos de lado o que realmente importa, ou seja, o conjunto de acontecimentos que permitiram que tais atrocidades fossem concretizadas.

Deixo aqui registrado o meu protesto, no tangente a objeção ao nome do Sr. Hugo Studart como observador independente do Comitê Interinstitucional de Supervisão das atividades do Grupo de Trabalho criado pelo Ministério da Defesa, não só por saber de seu direito de sigilo da fonte de informação, mas também por acreditar, que como historiador, é certamente quem tem mais condições de narrar para gerações futuras, como se deu o processo de resgate desta parte da nossa História.

Sem mais,

Fernanda Matta de Araújo


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