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Cartas-->Drogas em Brusque, SC -- 02/07/2009 - 16:52 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Senhor prefeito,

primeiramente quero lhe parabenizar pela sua honrada vitória, o senhor estava sendo aguardado pelo povo brusquense como um ?Messias?, pois a cidade de Brusque estava literalmente abandonada. Penso que o senhor terá um longo trabalho para recupera-la. Conte com o povo brusquense, pois é um povo lutador. Mas não é sobre isso que quero falar-lhe, o que tenho é algo peculiar, que precisa ser tratado de modo muito especial e com muito cuidado. Peço um pouco de paciência, o texto é um pouco longo, mas preciso de todas essas palavras para que o senhor me entenda. Não vou pedir dinheiro ou qualquer coisa para mim, o problema que vou lhe relatar a minha parte já estou resolvendo, a outra parte será sua e é pela saúde das famílias brusquenses.

Tenho 36 anos, sou casado, amo muito minha esposa e meus dois filhos, um de 5 e o outro com 13 anos. Tenho um trabalho bom, do qual tiro o sustento para a minha família, pago todos os impostos e sou um cidadão comum e honesto e conheço bem meus direitos e deveres como tal.

Meu filho de 13 anos que estuda em um bom Colégio particular, há 6 meses atrás veio me pedir de presente um skate, fiquei contente por ele estar interessado por algum esporte, e então comprei o tão sonhado skate. Perguntei um tempo depois a ele como estava se saindo nas manobras, e ele me disse que ainda não estavam boas. Como um pai orgulhoso, uns dois meses depois que lhe dei o skate resolvi de surpresa ir a pista que fica ao lado do ginásio Multiuso, sem que ele soubesse, pois queria ver o desempenho do meu amado filho. Quando cheguei, deixei meu carro bem em frente um pouco escondido de forma que ele não notasse a minha chegada e fui em direção a pista meio sorrateiramente. Ao chegar lá, vi ele meio desajeitado tentando equilibrar-se em cima daquela “tabuinha com rodinhas”. Não demorou muito, aproximou-se do meu filho um homem, me pareceu um pouco desleixado, barba por fazer, um tanto magro, percebi anteriormente que estava sentado ao fundo da pista conversando juntamente com outros dois homens com as mesmas características um deles um pouco mais velho, (não tinham tipo de quem estava praticando algum esporte) e entregou algo ao meu filho, que em seguida colocou no bolso da bermuda e voltou a andar de skate. Voltei para casa sem que o meu filho me visse, logo que cheguei em casa minha esposa perguntou sobre o desempenho do filho no skate, disse a ela que não havia dado tempo de ter ido a pista, não comentei a ela do ocorrido para não parecer precipitado. Não dormi naquela noite, pensando no que acontecera, meu filho nunca me disse que tinha amigos bem mais velhos, os amiguinhos dele geralmente são da mesma idade. Mal imaginava que isso era só o inicio de um grande pesadelo.

Meu filho começou a ter hábitos estranhos, o meu menino, o meu anjo que carreguei no colo desde o primeiro dia de vida, que dei amor e cuidados especiais que só um pai que ama pode dar. Não foi difícil de notar esses hábitos pois conhecíamos bem a nossa criança. Começou a trancar-se no quarto, olhos vermelhos, agitação anormal, esquecia com freqüência de coisas que havia falado, desempenho no Colégio começou a cair drasticamente, interesse acentuado por coisas que não são próprios de sua idade. Irritava-se facilmente sem motivos. Falta de confiança e uma série de outros fatores que não fazia parte da natureza de nosso filho. Como esta numa fase de pré adolescência demos um tempo para ver se passava.

Somos uma família católica, sempre vamos à missa, sempre ensino valores e virtudes aos meus filhos, desde muito pequenos. Falar a verdade sempre foi algo muito valoroso.

Outro dia, numa tarde ensolarada, ele saiu com o skate, pedi que antes de sair usasse filtro solar, assim que saiu, segui-o a pé sem que ele me visse, chegando próximo a pracinha Gilberto Colsani em frente ao Terminal Urbano, alguém lhe parou, me pareceu a mesma pessoa que lhe entregara algo na pista de skate no outro dia, conversaram um pouco, meu filho tirou um dinheiro do bolso, não vi quanto era, o sujeito lhe entregou algo que meu filho colocou no bolso e saiu em direção a pista de skate. Continuei a seguir meu filho, ao chegar próximo a rodoviária, ele se encontrou com outros dois sujeitos com as mesmas características que descrevi acima, sentaram num banco próximo da escada quase em frente ao Hotel Brusque Palace que dá acesso a beira rio. De repente um dos sujeitos pegou uma latinha de bebida cortou ao meio e o meu filho lhe entregou o embrulho que havia pego anteriormente. O sujeito despejou o conteúdo dentro da latinha e colocou fogo, cheirou profundamente a fumaça e passou aos outros inclusive ao meu filhinho de 13 anos. Meu Deus o que é isso, foi tudo o que pensei no momento, o desespero correu pelo meu corpo todo me paralisando por completo, minha boca secou, a minha respiração ficou ofegante, senti o chão sumir debaixo de meus pés. Meu Deus... em plena luz do dia, esses marginais drogando o meu filho, isso não pode ser verdade, devo estar sonhando, o meu filho que coloquei no mundo com amor, drogado por esses marginais. Eu queria chamar a polícia, cadê a polícia, não havia sequer a sombra de um policial.

Depois de alguns minutos que pareceram-me uma eternidade, consegui me recompor, notei que meu filho já estava indo em direção a pista de skate, andando mais rápido e mais agitado, penso que pelo efeito daquele veneno no corpo do meu menino. Fiquei com muito medo, meu filho envolvido com esse tipo de gente, eu lhe dei o skate para praticar esporte, para incentiva-lo, para não ficar dentro de casa trancado sem fazer nada, eu queria lhe dar vida e não a morte. Fui até minha casa peguei o carro urgentemente e busquei-o na pista de skate, queria lhe tirar o mais urgente daquele lugar maldito. Quando cheguei à pista meu filho me olhou sem conseguir firmar os olhos nos meus, chorando muito eu coloquei-o dentro do carro sem lhe dizer nada. Chegando em casa, disse a ele para tomar um banho frio que iríamos sair. Quando ele foi ao banheiro abracei minha esposa com força e comecei a chorar descontroladamente, ela ficou assustada e chorando também me perguntou o que havia acontecido. Quando terminei de relatar os fatos, como não podia ser diferente ela caiu em desespero.

Eu diria que hoje estamos bem graças a Deus. Procurei ajuda para meu querido filho, pois eu não podia perder-lhe para as drogas, não coloquei meu filho no mundo para deixar que essa praga maldita o escravizasse ou consumisse a vida de meu filho.

Agora senhor prefeito é que entra a sua parte. Com tudo isso que aconteceu ao meu filho, eu assumi a dor e quero fazer algo para que não isso não aconteça com outras famílias brusquenses. Gastei muito com meu filho em clínicas especializadas e psicólogos, muito mesmo, além de todos os impostos que já pagamos para termos segurança.

Após a recuperação de meu filho, comecei a questiona-lo como ele se envolveu com essas pessoas, e iniciei uma pequena investigação particular e cautelosa.

A seguir o relato do que esta acontecendo em nossa cidade;

Pontos onde se comercializa a droga: Posto São Lucas, Restaurante Toninho?s (Restaurante é só fachada) ao lado da Churrascaria Saragoça (não sei se o senhor sabe, ali também funciona um bordel, casa de prostituição, isso bem no centro de Brusque), bar lanchonete Leôncio atrás da escola CFC Marijá, Lanchonete do Terminal (essa não tenho muita certeza), Edifício Santa Rosa na rua Azambuja, rua Nova Trento, e bairro Steffen (não sei quais os pontos, pois não conheço bem esses locais)

Quem distribui: Geralmente esses mendigos que estão na rua, sempre tomando cachaça pedindo dinheiro a população, diz-se que a polícia não suspeita deles porque acha que eles não tem dinheiro, mas eles ganham dinheiro para vender qualquer tipo de droga.

Locais de venda ao consumidor final: Pista de skate ao lado do ginásio Multiuso, no terreno baldio onde tem aquelas estatuas próximo a pista de skate, nos arredores dos pavilhões da Fenarreco e ginásio Multiuso, no CTG, naquelas construções que tem ali, Pracinha Colsani em frente ao Terminal Urbano, no próprio Terminal Urbano, na Rodoviária, (há um possível envolvimento de taxistas na Rodoviária), na praça Barão de Schenenburg, Passarela, a Pracinha ao lado da Ponte Estaiada.

Quem são e como são os vendedores finais: Mendigos, mal trapilhos, rapazes novos de aparência desleixada, magros, como barba por fazer, as vezes roupas sujas, dormem na rua e o mais curioso, são sempre os mesmos e estão sempre nesses locais, o dia todo, todos os dias, debaixo das barbas da policia, eu até faço uma colocação (pergunta) lógica ao senhor, é normal pessoas que não tem uma ocupação especifica ficarem o dia todo, todos os dias nos mesmos lugares? E a polícia acha isso normal?

Os trajetos desses “vendedores” são a Praça Barão de Schnenburg, Travessa Guilherme Krieger, Rua Adriano Schaefer até o Terminal Urbano e Praça Gilberto Colsani (que eles batizaram de ?Ilha?, dizem que ali é o paraíso deles, arrombaram a porta de um depósito que eles usam para diversos fins), usam a passarela para ir a Rodoviária, Pavilhões e CTG. Usam também a Beira Rio na rua Arno Carlos Gracher, todo o trajeto entre as duas pontes, principalmente as escadas, em especial a escada que fica escondida pelas arvores próximo a ponte da Churrascaria Saragoça. Meu filho disse que as vezes esses marginais, comentem pequenos assaltos e furtos nesses locais mesmos, e intimidam as vitimas para não denuncia-los. Também usam algumas mulheres que também estão na rua para fazer programas e conseguir algum dinheiro para comprar drogas. Isso tudo a luz do dia. A noite então, é liberado geral, eles tomam conta desses lugares, a polícia não incomoda, dizem eles. O máximo que os políciais fazem é algumas umas perguntinhas inocentes, as vezes até revistam superficialmente mas não querem se incomodar e logo vão embora.

Eles tem informantes (geralmente são esses mendigos que já estão na rua) para avisar quando chegam novos mendigos na cidade, eles vem de ônibus, geralmente desembarcam na Rodoviária, logo que estes chegam são levados (convidados) para fazer o ?trabalho?. Eles estão na rua sem o que fazer, assim ganham o dinheiro para a sua sobrevivência e também para comprar as drogas que usam. O negócio é muito organizado, tem até níveis hierárquicos.

Sugiro senhor prefeito que seja feita uma investigação, o melhor seria se infiltrar no meio desses mendigos (disfarçar-se como mendigo mesmo, pois eles são muito desconfiados, mas quando pegam uma certa confiança eles relatam tudo isso), para descobrir quem são os ?peixes grandes? que estão trazendo toda essa droga (doença) para o povo brusquense. Se prepare pois alguns policiais podem estar envolvidos.

Meu filho comentou que certa vez a polícia até pegou um desses mendigos e levou para um local deserto para tortura-lo. Fiquei chocado, o meu intuito com esse relato, não é a violência, somos uma democracia, seguimos os direitos universais, penso que essas pessoas estão sendo más por falta de oportunidade, isso deve ser tratado corretamente com inteligência.

Comentei com minha esposa que assistimos nos jornais as noticias sobre tráfico de drogas, homicídios, parece algo tão distante, coisa de cidade grande e de repente isso ta acontecendo em nossa própria cidade em nosso próprio lar, com nossa gente, com nossos filhos queridos e inocentes, pois qual a defesa psicológica de uma criança de 13 anos? Como podemos ser livres, se não podemos simplesmente sair a rua para caminhar, praticar esportes, passear a pé pela cidade.

Depois desse pesadelo, pensamos até em mudar de cidade, pois esses fatos marcaram muito nossas vidas. Usei um nome falso no envelope para proteger a minha família, pois sei que se envolver nesse tipo de coisa é muito perigoso e não quero mesmo mais qualquer tipo de envolvimento.

Senhor prefeito é um direito seu duvidar disso tudo, mas esta acontecendo todos os dias, no centro de nossa querida Brusque. Basta passar nesses locais em que mencionei, de dia ou a noite para ver se não é isso que esta acontecendo realmente.

Penso em passar tudo isso por e-mail aos cidadãos brusquenses, o senhor sabe que isso corre rápido, pelo menos toda a população ficara em alerta. Só não o faço agora pois sei que atrapalhara uma possível investigação da policia, e também facilitará o trabalho desses bandidos que acharão outra forma de vender suas drogas.

Grato pela atenção

Atenciosamente

XXXXXX

19/6/2009

Obs.: Texto recebido de amigo internauta (F. Maier).




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