Usina de Letras
Usina de Letras
124 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62186 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50586)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->NÃO QUERO ESMOLA -- 06/12/2005 - 05:59 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EU NÃO QUERO ESMOLA
Ontem tive o privilegio de ser procurado por uma pessoa que dizia estar precisando de ajuda, Como sempre faço pedi um endereço para visitá-lo em seu barraco e depois de muito titubear disse que não sabia onde morava, que havia chegado ha pouco na cidade e que estava morando com uma mulher que tinha uma filha. Queria por todas as maneiras que eu lhe desse uma cesta básica, como estava irredutível ele disse que iria onde morava e que depois retornaria com o endereço que pelo que me deu a entender ficava do outro lado da cidade.
É sempre assim, quando alguém quer arrancar alguma coisa da gente sempre diz que mora em um lugar onde acha que a gente não conhece ou que não temos coragem de ir.
Isto sem contar as inúmeras viagens e mortes inventadas para conseguir sensibilizar o possível trouxa sensível.
Depois de alguns minutos volta ele com um pedaço de papel na mão com um nome de rua sem nenhuma referência e sem dar muito papo vai embora dizendo que iria me esperar.
É claro que eu não poderia ir, não sabia como chegar, mas Deus em sua infinita bondade tinha me reservado um compromisso, uma fraternidade da Ordem Terceira de São Francisco estava sendo erigida e seus membros faziam o juramento eterno de pertença. Participei da celebração e em sintonia com Deus esqueci um pouco os problemas que me afligem, isto é, durante a celebração a emoção dos irmãos franciscanos trazia o mundo para dentro da igreja.
Ao chegar em casa lá estava o homem novamente me esperando e reclamando porque eu não fui encontra-lo, na conversa percebi claramente que o endereço não existia, que era apenas um pretexto para voltar achando que iria me convencer. Para ficar livre dele resolvi “ajuda-lo” com alguma coisa que não pudesse ser transformada em dinheiro, peguei metade dos ingredientes de uma cesta básica e o ofereci, como estava a granel, ele me disse que queria uma cesta básica e que não estava pedindo esmola.
Certamente não estava.
Ele queria uma cesta completa para trocá-la por dinheiro e normalmente pela metade do que vale.
Os que verdadeiramente precisam tem vergonha de pedir.
Os que verdadeiramente precisam tem vergonha de expor sua pobreza.
É por isso que as pessoas que acreditam ser a caridade o melhor caminho para encurtar o difícil calvário até a morada eterna precisam ficar atentas, são cenas como estas que tornam as pessoas insensíveis; muitos pobres de verdade deixam de ser socorridos porque um malandro querendo levar vantagem se finge de cordeiro.
É por isso que quando a pessoa dá esmola sem preocupar com a caridade muitas vezes não ajuda quem precisa, depois de ser enganada por um malandro acha que todos os pedintes são iguais.
O nosso povo acostumou viver de esmola.
Os pobres mendigam qualquer coisa para amontoar em seus barracos.
O que não são pobres mendigam o afago de um político para levar vantagem e ganhar status e poder exibir uma carteira de assessor de alguma coisa.
Enquanto a dignidade do ser humano for trocada por um cesta básica o Brasil será um país de miseráveis.
Enquanto a dignidade do ser humano for trocada por um afago de alguém mais rico ou de um político o Brasil será um país de miseráveis.
Enquanto a assistência social for exercida a troco de voto seremos um país de miseráveis.
Precisamos dar trabalho, o nosso país iria se tornar um paraíso se todas as ações de ajuda fossem trocadas por um ou mais dias de trabalho. As escolas, creches, hospitais, praças e ruas, monumentos históricos poderiam ser reformados e cuidados pelos milhares de homens e mulheres que recebem vale isto, tíquete daquilo para ficarem em casa ou no boteco enchendo a cara de cachaça ou simplesmente olhando para o nada.
Esta troca, trabalho versus bens materiais, precisa ser financiada, mas não coordenada pelos órgãos de governo, se isto acontecer a casa, o sitio e a fazenda dos políticos serão os primeiros lugares a usar esta mão de obra.
Esta tarefa precisa ser entregue a instituições de ajuda social e humanitária sérias que trabalham no anonimato e que se resolvessem fechar as portas fariam o país entrar em colapso.
Muitas igrejas sérias poderiam se unir e em contra mão da torre de Babel fazer este trabalho de inserção e de inclusão social
Sou um sonhador!
A caridade precisa continuar sendo praticada, ela é a tábua de salvação do mundo e sem ela as palavras se perdem no vazio.
Eu não quero esmola deveria ser repetido todo o dia por todos os pobres do mundo inteiro para que os governantes começassem a perceber que o pobre precisa urgentemente e um Título de Cidadão.
NÃO DEIXE DE MATAR A FOME (NÃO SÓ DE PÃO) DE QUEM PEDE PELO AMOR DE DEUS.







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui