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Contos-->Uma História de Amor -- 21/10/2001 - 23:58 (Marcel de Alcântara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Passava das dez horas da noite, quando Ana abriu a janela do seu quarto e pensativa, ficou ouvindo o silêncio da noite e admirando a lua que brilhava intensamente no céu escuro. Estava impaciente e um pouco triste sem saber o motivo, tentava se concentrar na TV, mas nada lhe agradava, passava de canal em canal sem se interessar, quase sem olhar… Pegou um livro, mas também sem sucesso, fechou-o e jogou-o de lado… Ligou o som, colocou um cd e começou a cantar baixinho, como que para espantar a solidão… Em sua mente havia apenas um pensamento: "Rafael"! Havia falado com ele durante o dia por telefone, mas tinha virado um vício! Queria estar sempre ouvindo sua doce voz ecoando em seus ouvidos… Imaginava-se em seus braços em diversos momentos, lugares ou situações…
Tinha sido assim durante meses, todos os dias…e-mails, telefonemas, a imaginação sendo aguçada mais e mais a cada dia, desejos, vontades, carinhos e tesão, criando expectativas, idealizando encontros, premeditando o futuro, duas almas ligadas por um sentimento inexplicável… Computadores, telefones e celulares haviam facilitado a comunicação entre eles, quebrando os muros dos receios, da timidez, já se conheciam razoavelmente bem e já havia uma certa confiança e liberdade… Haviam quase 5 meses desde que se encontraram pela 1º vez numa sala de bate-papo na Internet, no meio de uma semana atribulada para Ana, num dia em que ela gostaria de estar em outra dimensão… Durante todo este tempo, eles ficaram confusos com a velocidade dos acontecimentos e com a intensidade dos sentimentos, a impressão que tinham, era a que se conheciam há tempos, que faziam parte da vida um do outro desde sempre… E sendo tão diferentes à primeira vista, foram criadas algumas resistências em ambos, fazendo com que tentassem se esquivar, mas não adiantava, já estavam ligados pela alma e pelo coração, e aos poucos foram descobrindo afinidades, se surpreendendo a cada descoberta… Lembrando de tantas conversas, Ana ouviu seu coração e criou coragem… Pensando nos receios de Rafael, decidiu:
- Já que ele não decide, eu mesma quebrarei este muro!!! - Disse sorrindo e ao mesmo tempo, assustada com a loucura que estava prestes a cometer.
Ela trocou de roupa e chamou um táxi. Enquanto esperava, pegou sua agenda onde tinha o endereço de Rafael. Por alguns instantes ficou indecisa e questionando se o que estava prestes a fazer seria necessário, porque sensato, ela sabia que não era nem um pouco… O interfone tocou tirando-a de seus pensamentos, o táxi já estava esperando-a no portão. Então, respirando fundo, ela pegou a bolsa e as chaves e desceu as escadas. Dentro do táxi, com olhar decidido encarou o taxista e entregou para ele o endereço.
- Por favor, o mais rápido que você puder!!! - Ela disse quase numa súplica…
- Claro, a esta hora da noite as ruas estão mais tranqüilas e em pouco tempo estaremos chegando! - disse o taxista amavelmente.
E o táxi partiu do portão da casa de Ana, rumo a sua aventura. No caminho, ela ficou o tempo todo repassando frases, gestos e tudo o mais para quando encarasse Rafael, imaginando qual seria sua reação. Estava preocupada em saber se estava vestida adequadamente, com o horário… Será que ele a reconheceria? Afinal, ele a conhecia por fotos, as quais ele sempre dizia serem muito diferentes, parecendo "Anas" diferentes… O estômago de Ana chegava a doer de tanta ansiedade. O celular na mão sem saber se o melhor seria ligar, milhões de dúvidas assolando-a de uma só vez… Enquanto o taxista corria pelas ruas de São Paulo, Ana tentava se concentrar no caminho e de vez em quando sorria ao ouvir algum comentário do taxista sem conseguir prestar muita atenção, perdida em seus próprios pensamentos e tentava esquecer a loucura que estava cometendo… Depois de uma hora, finalmente o táxi parou em frente a um condomínio de prédios, onde estava tudo tão profundamente silencioso, que se podia ouvir as batidas do seu coração… Ela pagou o taxista, agradeceu-o e foi em direção à portaria. Cumprimentou o homem a sua frente e pediu para que ele chamasse no apartamento 84 do bloco 2. Ela preferia não ser anunciada, queria surpreender Rafael, mas ela entendeu que por questões de segurança, o homem a sua frente não a deixaria subir sem ser anunciada. Porém, educadamente e simpaticamente pediu à ele:
- Por favor, então diga à ele apenas que há um presente aguardando-o na portaria e que só poderá ser recebido por ele mesmo! Eu aguardarei aqui mesmo, obrigada!
O funcionário do condomínio olhou-a um pouco desconfiado, porém comovido com as lágrimas que marejavam nos olhos daquela mulher a sua frente e sem dizer nada, fez o que ela lhe pediu…
Rafael atendeu ao interfone e um pouco contrariado, depois de alguns segundos resolveu descer e ver o que havia de tão importante na portaria… Ana estava de costas impaciente e torcia as mãos nervosamente, o coração aos pulos, estava gelada quando ouviu as portas do elevador se abrirem. Ela preferiu não se virar e esperar… Foram os segundos mais longos de sua vida, então, inesperadamente, ela sentiu braços lhe envolvendo e uma voz doce e emocionada em seu ouvido dizendo:
- É você! Eu não acredito…
Rafael pegou-a gentilmente pelos ombros e virou-a de frente para ele. Emocionado, olhou Ana nos olhos que estavam molhados de lágrimas sem conseguir conter a emoção. Ele não conseguia dizer uma só palavra, então acariciou o rosto de Ana carinhosamente e finalmente lhe deu um aconchegante abraço como ele já tinha lhe dito várias vezes que faria quando a visse pela primeira vez que a encontrasse… Ana estava sem saber o que dizer e se deixou levar pela emoção que emanava de ambos e a única coisa que conseguiu balbuciar, saiu como se fosse uma confissão:
- Desculpe-me, mas o vazio estava insuportável! Precisava acabar com esta agonia…
Rafael olhou novamente para Ana e não se conteve, beijou-a amorosamente como havia imaginado diversas vezes. Aquela mulher a sua frente habitara sua mente todos os segundos do dia e da noite… A timidez que ele tanto mencionara, sumira e a única coisa que ele podia pensar naquele momento era em Ana, ali, aninhada em seu peito como se já fosse dele há muito tempo, como se já se conhecessem a vida inteira… Ele observa-a com carinho, enxuga suas lágrimas e diz carinhosamente:
- Obrigado por ter vindo! Seja bem-vinda!

O sol está se pondo, mas ainda castiga as pessoas que transitam apressadas pela Av. Paulista, principalmente os engravatados, amarrados pelo pescoço às convenções sociais...
Rafael caminha entre a multidão com vontade de tirar a camiseta, mas a inibição impede-o, além do que, destoaria muito do quadro vivo da imensa e repleta avenida...
O suor banha-lhe a testa e as faces, ele estanca cansado entre a esquina da Augusta com a Paulista e nesse instante, recorda que Ana trabalha em algum ponto muito próximo de onde ele está agora.
Por um momento ele sente-se mais tranqüilo, somem as pessoas, desaparecem os carros e em sua mente apenas o retrato de Ana e aquele sorriso lindo que só conhecia através de fotos... Em seus ouvidos a voz que a meses lhe diz palavras brandas, repletas de carinho e esperanças...
Rafael respira fundo, no peito uma sensação gostosa e ao mesmo tempo uma saudade inexplicável, sentimentos que à muito tomam conta de sua alma.
Ele lembra-se de procurar o telefone dela nos bolsos da calça jeans, mas só encontra o dinheiro para o ônibus. É uma oportunidade perdida _ reflete _ podíamos nos conhecer finalmente!
Já faziam quase cinco meses desde que conversaram pela primeira vez numa sala de bate-papo da Internet. Falavam-se ao telefone, sentiam-se atraídos, gostavam-se demais, sentiam-se ligados por laços invisíveis e estavam surpresos com o rumo que a história tinha seguido.
Rafael pensava em Ana várias vezes ao dia e essa recordação acalmava-o, deixava-o mais leve, seu coração lhe dizia já pertencer a ela, mas a razão por vezes perguntava-lhe que loucura era aquela?!
Naquela tarde, por força das circunstâncias, ele fora parar lá na Paulista, após assistir a uma palestra a convite de uma amiga... Na volta, como já era tarde, sua amiga deixou-o ali, pois que ela precisava ir para a faculdade que ficava próxima...
Rafael permaneceu por alguns instantes observando os transeuntes e imaginando que tanto em sua vida, como na de Ana, haviam muitas pessoas, e tentava entender, porque essa atração entre eles havia surgido, se tão distantes estavam?
Depois ele pegou o ônibus na Consolação e chegando em sua casa desabou no sofá da sala. Mas não conseguiu permanecer relaxado por muito tempo, logo ligou o computador e tentou enviar um e-mail para ela, que deveria estar se preparando para sair do trabalho, mas a Internet estava fora do ar.
Agora isso!_ pensa_ hoje o Universo não está conspirando a nosso favor!
Então ele resolve tomar um banho rápido e em seguida pega o telefone, seu coração está ansioso:
A voz que atende não é a de Ana:
_Alô?
_Por favor, a Ana está?
_Não, minha filha ainda não chegou, quem gostaria?
_Por favor, assim que ela chegar, diga para ela que o Rafael ligou?
_Eu digo sim, boa noite.
_Boa noite.
Rafael joga-se novamente no sofá agora imerso numa saudade crescente, as horas passam e nada dela ligar, ele resolve tentar mais uma vez:
_Alô...
_Por favor, a Ana? Sou eu, Rafael...
_Oi, Rafael, a Ana saiu.
_Saiu?! mas...
_É, ela disse que ia para casa de uma amiga, eu disse que você tinha ligado, mas...
_Tudo bem... Amanhã eu ligo... Boa noite.
Decepcionado, ele encolhe-se no sofá e apoiando a cabeça entre as mãos fica meio aturdido, cheio de receios...
De repente o interfone toca, mas ele não está com a menor vontade de atendê-lo. Todos em casa dormem, então ele resolve ver quem é, antes que alguém acorde.
Rafael ouviu do porteiro que havia um presente para ele na portaria.
_Presente! deve ser engano...
_Não senhor, não é engano não...
Enquanto no elevador, ele pensa que o presente que gostaria de ganhar estava muito distante...
Então a porta do elevador abre-se vagarosamente e aos poucos surge a figura de uma mulher de costas para ele.
Ele olha para o porteiro que aponta na direção dela com um sorriso.
Rafael tem um sobressalto, seu coração acelera e ele reconhece aquela mulher, os cabelos, o vestido predileto já descrito tantas e tantas vezes, o contorno visto e revisto nas fotografias...
Ele aproxima-se silenciosamente e segura-a pelos ombros, virando-a gentilmente e dizendo:
_É você! eu não acredito!
Emocionado, olha para Ana nos olhos, que estão molhados de lágrimas sem conseguir conter a emoção. Ele não consegue dizer uma só palavra, então acaricia o rosto dela carinhosamente e finalmente lhe da um aconchegante abraço como já tinha dito várias vezes que faria, quando a visse pela primeira vez …Ana estava sem saber o que dizer e se deixou levar pela emoção que emanava de ambos, a única coisa que conseguiu balbuciar, saiu como se fosse uma confissão:
_Desculpe-me, mas o vazio estava insuportável! Precisava acabar com esta agonia…
Rafael olhou novamente para Ana e não se conteve, beijou-a amorosamente como havia imaginado diversas vezes. Aquela mulher à sua frente habitara sua mente todos os segundos do dia e da noite… Sua timidez desaparecera, e a única coisa que ele podia pensar naquele momento era em Ana, ali, aninhada em seu peito como se já fosse dele há muito tempo, como se já se conhecessem a vida inteira… Ele observa-a com carinho, enxuga suas lágrimas e diz carinhosamente:
_Obrigado por ter vindo! Seja bem-vinda!


Dri e Ma

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