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Artigos-->LIVRO, LEITURA E MERCADO EDITORIAL -- 05/08/2001 - 12:18 (Luiz Carlos Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Faço parte de um grupo de discussão por e-mail, grupo este formado por escritores de vários pontos do país e de Portugal, e de vários gêneros: romance, poesia, crônica, conto, ensaio, teatro, etc. Recentemente, a propósito de um artigo publicado no JB,de Rodrigo Alves, falamos da situação atual do livro, do mercado editorial e, por conseqüência, da leitura, no Brasil. Assunto que também foi abordado por reportagens no Estadão, com reflexões de escritores conhecidos, como Ignácio de Loyola Brandão, Moacyr Scliar, Assis Brasil, Lya Luft e outros.

Moacyr e Lya acham que “o brasileiro lê, sim, desde que estimulado a tal”. Lya Luft acrescenta, porém, que “a crise econômica afeta toda a cultura e isso se reflete, de alguma forma, no mercado.” Ignácio Loyola acredita numa “certa estabilidade do mercado editorial”. “Continua igual a cem anos atrás. Só a população aumentou, mas o leitor que consome literatura ainda é pequeno. Faltam escolas, bibliotecas, livrarias.”

Acompanhando o artigo, perguntamo-nos se o advento das livrarias virtuais representava algum perigo para as tradicionais, onde a gente vai, manuseia o livro, lê um trechinho, troca idéias e indicações com outras pessoas, etc. Chegamos à conclusão, tirando uma média de todas as opiniões, de que, pelo menos por enquanto, a livraria mais próxima, ainda que não seja tão perto, é a mais indicada, até pela segurança do nosso cartão de crédito na hora do pagamento ou pela insegurança até a hora do recebimento.

Falamos sobre os descontos eventuais na compra dos livros e constatamos que nem sempre o desconto é real, mas quando ele existe, constitui estímulo para a aquisição de alguns títulos, dependendo da oferta e da preferência do leitor. Ainda que tais descontos sirvam de chamariz para a venda de outros títulos. Isto é marketing e para o livreiro, o livro é produto.

Conjeturamos quanto a idéia, surgida no artigo em questão, sobre preço único para o livro. Nem pensar. Há muitas variantes a serem consideradas e a proposta não é viável. Como cobrar o mesmo preço por um romance de 300e tantas páginas e um livro de poemas de menos de cem? A qualidade do segundo pode ser muito superior a do primeiro, mas o custo de confecção é diferente.

Os livreiros questionam os livros colocados à venda em bancas de jornais, ou seja, em locais não dependentes exclusivamente da venda de livros. Sentem-se prejudicados, porque além de se vender livro fora da livraria, as tiragens são bem maiores e os preços, bem menores. Ainda que em detrimento da qualidade do material suado, como papel e impressão. Mas o resultado final ainda é uma boa apresentação e se os grandes jornais e algumas editoras podem faze-lo, por que outras não podem? Se alguém faz é porque e possível, o que vem provar que o livro realmente é vendido pelos senhores livreiros por preços acima do que seria o justo.

Marisa Lojolo, citada na reportagem, acha que a estrutura irregular do mercado editorial depende de um “megaprojeto político”. Não concordamos. O que se precisa para um mercado mais estável é menos ganância de livreiros e editores, praticando preços justos, por exemplo. Já imaginaram livreiros e políticos unidos? Nossos livreiros precisam parar de promover muito os “best sellers” e quase nada as obras nacionais.

As bibliotecas, fixas e/ou volantes, em número maior, resolveriam a questão, favorecendo a aproximação do leitor e do livro? Mais livrarias seria bom, principalmente em localidades pouco privilegiadas. Mas também deveriam ser repensadas: na maioria delas, atualmente, não se pode falar ou fazer qualquer ruído. A necessidade de uma sala, um lugar onde se pudesse conversar, trocar idéias, faz-se premente nos dias de hoje.

Iniciativas como a de grande editoras e grandes jornais, de vender clássicos da literatura brasileira e mundial em bancas de jornais a preços baixos são ótimas alternativas para quem gosta de ler mas tem pouquíssimo dinheiro. O que não quer dizer que os livreiros e editores estariam interessados em diminuir sua margem de lucro, pois grandes edições fazem com que o custo unitário diminua. O material usado para a confecção do livro não é o mais sofisticado, o que desencarece a edição e, por fim, os clássicos publicados, via de regra, não são onerados com direitos autorais.

A pouca demanda em relação ao livro, segundo Raul Wassermann, seria o grande problema do livreiro. Será? Como vimos acima, o livro pode ser mais barato. O problema da pouca demanda é o preço e a incapacidade de pagá-lo, por parte do leitor. Alem do que, existe também a questão da formação do leitor, que começa em casa e é, também, um problema social de educação e cultura. Que esbarra, de novo no poder econômico. A criança que convive com o livro desde pequena, terá muito mais possibilidade de gostar de ler. Mas para ter livros em casa, a família terá que ter supridas todas as suas outras necessidades.

O aumento de Feiras do Livro, pelo menos aqui no sul, dá a entender que esta é uma boa estratégia para que o leitor se motive a comprar títulos que lhe interessam. Temos a tradicional Feira do Livro de Porto Alegre, sempre em novembro. Existe a Bienal do Livro, em São Paulo e no Rio, e a Feira do Livro de Santa Catarina, em Florianópolis, todos os anos, além da Bienal do Mercosul, também em Florianópolis. Além dessas, muitas outras, menores, têm aparecido por Santa Catarina e Rio Gande do Sul. Em Santa Catarina, há uma Feira do Livro em Camboriu, em outubro, em Jaraguá do Sul há outra em julho, em Joinville há a Feira do Livro Estudantil, nas escolas. Em São Bento do Sul, houve a primeira edição de uma Feira do Livro em fins de 2000. E existem outras, com balanços positivos, o que significa que colocar os livros no caminho do leitor funciona. Se ele tiver algum dinheiro para pagar, é claro.







Http://planeta.terra.com.br/arte/prosapoesiaecia

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