Mãe, hoje eu queria ficar com você só para deitar-me em seu colo, sentir sua mão alisando os meus cabelos, escutar sua voz doce a falar, enquanto planejo loucuras; inebriar-me com a força do amor maternal e o seu beijo em meu rosto cansado; chorar o meu desespero, dormir em seus braços... Você me leva para a cama, cantando uma canção de ninar, e eu sonho um sonho lindo de uma criança que ri, que se diverte com os anjos, que mexe com Deus e Deus dá palmadas na gente, brincando também de criança inocente.
Ah! Como eu queria folgar novamente, correr pelos campos, saltar pelas pedras, tal qual um cabrito irrequieto e, livre como um passarinho, deixar voar o meu pensamento no mundo dos sonhos! Depois, retornar ao seu colo e dormir outra vez, esperando mais um dia para novas travessuras!
Eu queria tanto, mãe, voltar a ser criança e, nunca mais, crescer. Ficar sempre a seu lado, eternamente, gozando os delírios infantis, com o rosto vestido de suave meiguice; segurar sua mão e andar confiante, heroicamente, sem medo de nada. Ah! Heroicamente... sem medo de nada!... Sempre criança!
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