Metrô
Autor: Daniel Fiuza
26/10/2000
Estação do metrô, formigueiro humano,
Procissão de mutantes, templo profano,
Almas corridas, para uma coletiva saída,
Nenhum pastor pra conduzir aquelas vidas.
Pessoas que passam feitos zumbis, teleguiadas,
Sem rosto, sem pensamento, sem nada,
Carrancudas, céleres vão, e vem robotizadas,
Seguem para seus destinos, tristes, desanimadas.
O que será que pensam enquanto o trem não chega?
Ninguém dá um sorriso, ninguém fala, ninguém vê,
Porque seguem taciturnos, cabisbaixos, insensíveis? Nenhuma pessoa olha a outra, são todas invisíveis.
Não vejo nenhum calor humano no trem do metrô
A multidão parece apressados seres distorcidos,
Nem as crianças fazem suas estripulias, falta amor,Param naquele canto, como fantasmas esquecidos.
O que falta? Falta artes plásticas, músicas e poesias,Falta um pouco de solidariedade, simpatia...Falta emprego, falta dinheiro, e muitas coisas mais,Esperança, perspectiva de vida, tranqüilidade e paz.
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