QUANDO EU ME FOR
J.B.Xavier
Quando eu tombar, enfim, morto e desfeito,
Há de troar os céus e ribombar trovões,
Pois foi-se o amor que um dia satisfeito,
Apaixonou-se por muitos corações...
Quando eu me for para a lúgubre guarida,
E a pedra fria for tudo o que restar,
Lembra-te então, minha querida.
Que para sempre eu estarei a te amar...
E não duvides desse amor, nem por instantes,
Ouça a música do vento, seus arpejos,
Veja os brilhos da lápide, fulgurantes,
A revelar a presença dos desejos...
Acaricie a rosa rubra dos amantes
Pois são meus lábios a querer teus beijos...
* * *
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