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Artigos-->JANGADA -- 31/10/2003 - 18:54 (Geraldo Lyra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Este é o meu tema preferido. Inclusive em 1986, publiquei o livro "Borboletas, jangadas e outros poemas" e, mesmo como versejador passadista, aventurei-me em um poema à moda moderna, até mesmo algo concretista, já que o texto é disposto de maneira a lembrar uma jangada:

V

e

l

a

no

mar

como

a c e s a

de jangada

(a gás neón?)

sobre as ondas

- pisca e pisca -

do vento que acende/apaga

mil pirilampos luz branca

que se parecem as espumas

n a s ondas verdes do mar,

onde ela, assim pequenina,

parece uma ave a plainar...



E este hai-kai:

Sobre o verde mar

vela - brilho de sol nela -

passa a tremular...



Também publiquei uma "Centena de Trovas", em que as primeiras são sobre o tema jangada,de que dou dois exemplos:

Presa à corda da fateixa

pára, no mar, a jangada,

como de loura madeixa

fica minha alma apresada.





De pau de piúba o "casco",

na jangada a navegar,

jangadeiro é mais que um Vasco

da Gama, vencendo o mar!



Já no opúsculo Trovadorando com Amor - 1988:

Um pirilampo parece

luz de jangada no mar,

quando ora sobe e ora desce,

a "ascender" e "apagar"...



Bordejando em pescaria

por bolina sustentada,

eis a mais pura poesia

do litoral: a jangada!



Referente ao meu livro Sonetos e Trovas (Cia. Editora de PE - CEPE - 1992), nele saiu o meu soneto Jangada - pág. 13 (3. lugar no VI Festival Nacional de Poesia de São Lourenço - MG-1993) - consta da Usina de Letras.

Na Coletânea "As Mais Belas Trovas Sobre Jangada" - João SCORTECCI Editora - SP - 1994, publiquei duas trovas:

Borboletas pequeninas

ficam, distante, a bailar:

- são jangadas nordestinas

nas verdes ondas do mar!!!



Saudade, um mar de lembrança

na praia do pensamento,

onde a jangada balança

no sopro leve do vento!...



Vale salientar que uma das minhas trovas mais elogiadas por irmãos-trovadores ainda não tinha sido escrita(como veremos a seguir).

Outrossim, fui responsável pelo Concurso sobre Jangada, patrocinado pela UBT-Recife (quando substituía a saudosa Presidente Valdeci Camelo) e li e reli dezenas de trovas de autores de várias regiões do País e algumas vindas de Portugal.

De modo que, certo dia, voltando da praia de Boa Viagem, fui datilografar trovas para um boletim mensal (A Trova) que editava, quando veio-me a idéia de rascunhar uma trova sobre jangada. Depois de manuscrita, coloquei-a naquela edição e passei a receber opiniões favoráveis à mesma, dando-me conta, então, de que havia concebido uma trova antológica!

Como as coisas não acontecem por acaso, desejo que os que lerem estas linhas saibam mais que, , antes do Concurso com tema Jangada, pesquisei sobre o assunto junto a jangadeiros da Colônia Z-1, do Pina; e com outros do Terminal de Boa Viagem, quando tomei conhecimento de termos como "piúba","fateixa", "bolina", etc.

Até fiz um poema com o título Zé Galope, que conta a estória de um vaqueiro do Sertão que virou jangadeiro, desaparecido no mar para sempre!

Mandei tal trabalho para Concurso em Angra dos Reis, no qual o saudoso poeta Joubert de Araújo Silva foi um dos vencedores e, este, ao ouvir o meu poema, falou:"É interessante. Uma estória verídica e que esteve à altura do Concurso!"

Assim, fiz trovas, sonetos, hai-kais, outros tipos de poemas e até verso pretensamente modernista sobre jangada: não sou um leigo no assunto e acho que tive sorte ao escrever a minha trova carro-chefe:

Abrindo o leque da vela

vai pelo mar a jangada,

como se fosse a mais bela

das aves da madrugada!



Recife(PE), 19-06-2000.
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