----- Salvo erro, excepção, omissão ou exemplar equiparação extra-terrestre.
Nós... Cérebros contaminados,
Seres inteligentes
Cada vez mais desmiolados
Do pó "veritas" da terra...
Da pedra... Da madeira... Do ferro...
Filhos presumidos da virtude sem erro
Afastados da realidade
Do intenso amor em flor
Entre a água e o fogo...
Esperamos uns pelos outros logo
Ao desfraldar dos fados
Entre a legião de desolados
A queixar-mo-nos de não termos vivido.
Nós... Eis-nos de aviso,
Vivemos no inferno
E zombamos do paraíso
A fingir o juízo desnudado
No canto inverso da loucura
À procura... À procura
De quê, para quê e porquê?
Ora aceitamos, ora prometemos
O feitiço das leis
Que nos escravizam
E não eternizam os mortos
Sucessivos no mundo dos vivos
Quando afinal
Somos capazes de amar e odiar
Constantemente!
Louvamos
Elogiamos
Censuramos
Criticamos
Humilhamos
Caricaturamos
A mãe e o pai
Que nos deram rosto e espelho...
Vá...
Batamos no peito sinceramente
E proclamemos:
Nós... Somos gente!
Ali, no meio do silêncio espectante
Ouvimos um louco a gritar: humanidade!
Mas iludimos, sábios, a realidade
Presumindo que a loucura está distante...
E voltamos a reafirmar:
Nós... Somos gente!!!
------------------- Torre da Guia ----------------