Selva de pedra,
que grande contradição!...
Requinte e belezas nas vitrines,
mendigos nas calçadas,
pedem pão...
Nos morros,
por trás de belas mansões,
barracões formam favelas
onde moram os desassistidos,
como única opção...
O silêncio da noite,
cortado pela sirene da ambulância,
é como o som de um lamento
transportando a dor...
Faz o seu trabalho,
o policial.;
Sirene também são ligadas
avisando a sociedade,
a busca,
de mais uma de suas vítimas,
o intitulado "marginal"...
O "pivete",
em revolta por tanto desamor,
apressado,
pega mais uma bolsa,
como a recuperar tudo aquilo
que a sociedade lhe negou...
Oh selva de pedra!...
Por que fascina a tantos,
com tanta complexidade
e contradição?!...
Como feras,
seus habitantes disputam espaço,
em meio a grandes aranha-céus,
intoxicados pela poluição.
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