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Artigos-->CORREIO DE POESIA -- 23/10/2003 - 07:25 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CORREIO DE POESIA



Francisco Miguel de Moura*





Apesar de não parecer à primeira vista, o jornal alternativo “CORREIO DE POESIA” é muito bem editado e veicula matéria literária das melhores deste país, em tiragens de cerca de 300 exemplares. Seu editor é o poeta Luiz Fernandes da Silva, de João Pessoa – PB. Aqui vai logo o endereço, para os interessados: Rua Dr. José Maia, 31 – Cidade do Funcionário 1 – CEP: 58078-100. A primeira coisa que penso quando o recebo é que devemos prestar mais atenção às coisas menores, às minúcias de tudo, aos pequenos textos que costumam passar despercebidos e com eles se vai muito saber derramado. E assim como o rio, não volta mais.

Luiz Fernandes da Silva, jornalista, escritor e poeta, é muito dedicado àquilo que gosta. E ele gosta muito de poesia. E gosta dos amigos e de fazer amizade. E é um divulgador imperturbável das boas coisas e das boas causas. Os últimos “CORREIO DE POESIA” recebidos foram os números 634 (nº extra), 648, 659 (nº especial) e 663, todos de agosto do corrente ano, dois dos quais especialmente dedicados ao poeta Francisco Miguel de Moura: Num desses publicou uma crônica “As pequeninas coisas” e sete poemas inéditos; noutro, também inteiramente com matérias de minha lavra, editou 16 poemas escolhidos de “Viragens”. Matérias sobre Graciliano Ramos, Augusto dos Anjos, Galileo Galilei são publicadas, em meio a vários poemas de outros brasileiros e alguns de sua lavra. Um órgão da maior importância, a serviço da divulgação da literatura brasileira, voltando especial atenção para a poesia como o nome diz.

Aqui vai de mostra um poema de seu editor/autor, poeta Luiz Fernandes da Silva: “Uma borboleta / pousa no meu silêncio / ela no ar / fez seu próprio / exercício / deixou suas cores / e seus impulsos / na cisterna / dos meus olhos.” (in “CORREIRO DE POESIA”, nº 607, julho de 2002). Nesse mesmo número foram divulgados os poetas Aricy Curvello, Ascendino Leite, Artur da Távola, Nilto Maciel, Cláudio Limeira, Yó Limeira, Alice Spíndola e eu (Francisco Miguel de Moura – 3 sonetos barrocos) – uns bastante conhecidos, outros não.

Será que os críticos brasileiros estão de olho nessas publicações até bem pouco tempo ditas “marginais”? Ou continuam, como os historiadores da Literatura Brasileira, cada um sentado no seu birô, em São Paulo ou no Rio, notadamente numa Universidade, lendo apenas os jornais locais e depois pensando que estão pesquisando e escrevendo a história da literatura, a verdadeira História da Literatura Brasileira? Por que não fazem como Graciliano Ramos (o velho “Graça”) que, uma vez contratado para fazer parte de uma antologia do conto brasileiro (justamente a referente ao Norte e Nordeste), saiu de Estado em Estado, buscando, na fonte, os autores da “hinterland”? E encontrou muitos editados em sua terra ou mesmo inéditos e colocou-os dentro da antologia.

Quem pensa que o Brasil é apenas Rio e São Paulo está totalmente defasado e vai ficar muito mais. O Brasil não é mais uma “república de banana” da América Latina. Até o México e o Chile podem conformar-se com os apenas escritores nascidos/criados/educados na Capital do país, eles não são complexos como nós. Por falta de sorte é que não temos ainda Prêmio Nobel de Literatura e em outros setores. Mas temos escritores como Guimarães Rosa, Machado de Assis, Drummond, Cecília Meireles, Euclides da Cunha. Também a verdadeira história do Brasil ainda não foi escrita, a escravidão, que continua no preconceito de cor e se espalhou para diversos outros preconceitos, ainda não foi liquidada, nem será com os remédios que aí estão. É preciso que se mude a política, a orientação administrativa, os conceitos e os estudos nas universidades. E, primeiramente, na escola pública – que deve ser o padrão – com lugar para todos os brasileiros, e gratuita. Nesse tempo, aí, sim, teremos também uma literatura brasileira mais conhecida, mais lida, mais amada, mais divulgada, mais espalhada por todos os recantos do país. Sem literatura não há música boa (falo da popular), não há bom jornalismo, não há outras artes como o teatro, por exemplo. Sem literatura não há amor à língua e continuaremos a ser colônia, só muda o nome do país-dono: ontem Portugal, França, Inglaterra; hoje Estados Unidos. Nesse tempo, serão muitos os divulgadores (e melhores os veículos), e Luiz Fernandes da Silva ficará invicto como pioneiro. Palmas, então, para os esforços do nosso abenegado e querido editor do CORREIO DA POESIA, poeta Luiz Fernandes da Silva.

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*Francisco Miguel de Moura é poeta, romancista, crítico literário e membro da APL e do Conselho Estadual de Cultura.





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