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Artigos-->A LIÇÃO QUE VEIO DA CHINA -- 18/10/2003 - 18:58 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


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A LIÇÃO QUE VEIO DA CHINA

(por Domingos Oliveira Medeiros)



A República Popular da China ingressou, definitivamente, no seleto mundo de potências mundiais que dominam a tecnologia aeroespacial: EUA e Rússia. O taikonauta (astronauta na nossa língua) Yang Liwei, de 38 anos, tenente-coronel da Força Aérea do Exército Popular de Libertação, foi o primeiro e único tripulante a completar 14 voltas em torno da órbita terrestre, durante 21 dias, à uma velocidade de 28 mil Km/hora, a bordo da nave espacial Shenzhou 5., que pode ser traduzida, inusitadamente, para o português, como “terra divina” ou “nave dos deuses”.



A exemplo dos Estados Unidos da América e da Rússia, a China pretende usar o domínio desta nova e avançada tecnologia espacial para desenvolver estudos relacionados com o beneficiamento de sementes para produção de produtos agrícolas de maior qualidade e valor nutritivo, bem como para a criação de ligas metálicas ultra-resistentes como insumos à indústria mecânica daquele país.



O programa espacial da China envolve três mil fábricas, e gera, aproximadamente, cinqüenta mil empregos. O melhor exemplo do que se poderia chamar de união entre o útil e o agradável.



E qual o segredo do sucesso de tão ousado e eficaz empreendimento? O óbvio e ululante: a China resolveu apostar na educação e no desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional de sua população; e também na abertura, gradual e constante, de suas atividades econômicas, em relação ao resto do mundo. Sem se descuidar, evidentemente, de um rigoroso planejamento governamental, que lhe garanta sustentação ás diretrizes preconizadas pelo governo central.



Ou seja, a China está dominando a tecnologia espacial, sem tirar os pés do chão, partindo da premissa de que não se pode pretender o desenvolvimento de um país dissociando suas diretrizes - e seu planejamento global - da educação de seu povo; independente do regime ou forma de governo que se adote.



A propósito, vale ressaltar que na China, paradoxalmente às denúncias sobre constantes desrespeitos aos direitos humanos, os professores estariam entre os funcionários mais bem pagos daquele país, segundo a imprensa especializada. .



Deixando as empatias e antipatias à cultura e ao regime de governo ali praticados, a lição está posta no quadro negro da reflexão política. Os fatos falam por si sós. O sucesso da empreitada é ponto pacífico. Ato consumado. Numa prova de que a função de planejamento aliada ao conhecimento e à competência, não se misturam e nem dependem deste ou daquele regime de governo.



É hora, pois, de o Brasil refletir sobre esta lição que vem do outro lado do mundo. Há dez anos que estamos anestesiados; como que um caminhão atolado na lama do improviso inconseqüente, gastando tempo e desperdiçando energias, sem que saiamos do lugar.



Precisamos mudar o rumo de nossa política econômica. Que tem valorizado os economistas de plantão, da escola monetarista, que fazem o jogo suicida de subserviência ao capital estrangeiro, às custas do sofrimento de toda uma população que, à cada ano, fica mais pobre e menos esperançosa. Enquanto a classe de banqueiros, agiotas internacionais e especuladores de toda ordem, acumulam montanhas de dinheiro; que saem da boca dos miseráveis, que não têm o que comer, o que vestir, e nem ao menos sonhos para sonhar.



Enquanto a violência, o tráfico de entorpecentes, e a imensa dívida social, crescem num ritmo geométrico; espacial; sem que se veja luz no final do túnel.



Sem que se acredite mais no crescimento: seja do bolo, para repartição de suas eternas e futuras fatias; seja no que concerne ao milagre do crescimento econômico anunciado, que mais parece um número de mágica, no picadeiro da ilusão de ótica; dando a impressão de que não temos pressa e nem qualquer compromisso com o futuro.





18 de outubro de 2003









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