JUSTIÇA SEJA FEITA, Ao Amigo Jorge Filó
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Prezado Filó, nosso amigo
Desculpe-me a ousadia
De invocar a sua causa
Em defesa da poesia
E do mau uso desse espaço
É coisa que agora o faço
Com gosto e muita alegria
Mas antes preciso que assine
Uma simples declaração
Que pode até ser em versos
Escrito pela sua mão
Fazendo de pronto a promessa
Que vai parar com a conversa
De abandonar o refrão
Não pode um bando de gente
Que perdeu a estribeira
Sujar aqui nossa praça
Fazendo e falando besteira
Sem atentar prá questão
Que é de Administração
Que eu tiro da algibeira
Em qualquer situação
Tem que haver a disciplina
Um lugar prá cada coisa
Assim a ciência ensina
E cada coisa no seu lugar
Se não tudo vai piorar
E a paz logo termina
Por isso a primeira proposta
É pedir à cada usineiro
Que não sabe usar o verso
Que pense um pouco primeiro
Quando publicar seu texto
Seja qual for o pretexto
Evite usar o canteiro
Este canteiro é sagrado
Aqui se plantam só flores
Aqui se brincam com versos
Aqui se falam de amores
Aqui não serve de abrigo
Prá plantar qualquer artigo
Isso causa dissabores
Assim o primeiro pedido
Vai justo na direção
Esperando contar com todos
Com espírito de união
Não se admite indisciplina
Se não se faz a faxina
Pedindo a sua exclusão
Seja junto aos responsáveis
Seja perante a Usina
A greve será decretada
E a leitura termina
Todos serão encorajados
A não ler textos errados
Publicados nesta esquina
Feitas as considerações
Ingresso com outro recurso
Prá que se reveja a decisão
E que se mude o discurso
De abandonar este ambiente
Por causa de alguns exageros
Fruto de alguns destemperos
De qualquer amigo urso
Assim nesta data informo
Fazendo coro ao Fabiano,
Ao Manezinho e ao Coadinho
Ao sicrano e ao beltrano
Que esteja do nosso lado
A partir desse recado
Seguindo o mesmo caminho
Não vamos dar este gosto
A quem tanto nos entristece
Não entre nessa amigo
Nosso cordel não merece
Fique aqui com a gente
Com seu verso inteligente
Toda a turma agradece