CORPO NU
Nada mais de planos,
Nada mais de panos.
Quero ver teu corpo nu,
Quero observar teu contorno,
Quero tocar teus montes
E deslizar por tuas depressões,
De teu relevo excitante.
Nada mais de cores,
Nada mais de pudores.
Quero olhar teu corpo nu,
Sentir tuas emanações de odores,
Tuas variações de sabores,
Os sons guturais que emites,
Quando libertas a fera escondida.
Nada mais de lentes,
Nada mais de maquiagem.
Quero varar tuas pupilas
E ver através da retina.
Quero buscar nas profundezas,
Onde estão ocultos os desejos,
Onde estão sepultadas as blasfêmias.
Nada mais de amarras,
Nada mais de laços.
Quero apenas prender teus passos,
Com as flores das minhas verdades,
Com a luz da simplicidade,
Com a frágil mão do carinho
E te mostrar o espelho.
Nada mais de tempo,
Nada mais de mapas.
Quero possuir tua alma branca
E colorir teus dias com meu sorriso franco,
Quero ultrapassar as barreiras da tradição,
Ser tua parceira na traição
E apenas ver teu corpo nu.
Lílian Maial |