A poesia, até algum tempo atrás, era tida como gênero literário apreciado apenas por intelectuais e/ou adolescentes e merecia muito pouca atenção de livreiros, editores e leitores, se comparada a outros gêneros, como o romance, por exemplo.
Dos anos 70 para cá, a poesia tomou conta das praças – através dos varais literários e recitais, dos jornais (embora conseguindo aí apenas pequenos espaços), das revistas e livros, citando-se apenas os meios tradicionais de publicação. Sim, porque a poesia saiu do seu suporte tradicional e passou a ocupar camisetas, quadros, shopping centers, bares, lojas, bancos, palcos, o rádio, a televisão, o disco, embalagens de produtos, out-doors (o pioneiro Projeto Poesia na Rua do Grupo Literário A ILHA) e a internet, que veio para democratizar as oportunidades de levar até o leitor, em qualquer lugar, a produção dos poetas novos ou não.
Um fator decisivo para que a poesia passasse a ser conhecida e apreciada foi o aparecimento dos varais literários, notadamente no norte de Santa Catarina, no início dos anos 80, que a tornaria acessível e popular, enquanto a internet não chegava até nós.
De um primeiro contato com a poesia, através dos varais de poemas, dos recitais de poesia e dos folhetos alternativos, que publicaram, sempre, a produção dos novos poetas, é que os novos leitores poderiam saber se a apreciavam. E muitas das pessoas que esbarravam com a poesia, em qualquer lugar, a qualquer hora, descobriam que gostavam dela. E passaram a comprar livros, não só de autores locais, mas também de poetas consagrados nacionalmente.
Aos Varais de Poesia – hoje transformados em projetos como Poesia no Shopping, vieram juntar-se os recitais em praça pública, em bares, escolas, festas, etc., os programas de rádio, e até a televisão aderiu, com programas literários como “Literatura”, “Musikaos” e outros.
O resultado disso tudo é que o público está se aproximando mais da poesia, porque esbarra com ela na praça, na esquina, nas festas populares, nos shoppings, nos out-doors – impossíveis de não se ver – e até dentro da sua própria casa, quando liga o rádio, a televisão ou acessa a rede.
A própria escola está colaborando neste processo de popularização da poesia, incentivando a produção dos seus alunos, promovendo mostras e organizando publicações internas e convidando autores para possibilitar o contato direto autor/leitor, a troca de experiência e a divulgação do que está sendo produzido. Tempos promissores que prometem resgatar os escritos dos nossos escritores que não têm grandes editoras para publicá-los.
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