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cronicas-->1936 - Lembranças Olímpicas -- 21/08/2016 - 15:21 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Uma da tarde em ponto, passaremos aí; a Lígia dando o tom da quarta passada e nós só obedecendo, pois afinal um evento de Olimpíada não é para deixar de ir e como fomos; primeiro carro até a Barra Funda, depois metrô até a Sé e de novo metrô até a Luz, quando tomamos o trem expresso até Itaquera, Arena Corinthians à nossa frente e aquele mar de pessoas todas dispostas com seus ingressos à mão, ordem do policial, para facilitar e evitar penetras. Entramos e finalmente Setor H, fileira S e poltrona Sete. Que horas são? Vinte para as quatro, ou seja, duas horas e quarenta para o deslocamento e cheguei a perguntar se ninguém precisaria trabalhar naquelas horas, até pensar em mim mesmo, precisando trabalhar, mas ali, na expectativa de ver Nigéria e Alemanha do futebol masculino.

Dois para a Alemanha e nenhum para a Nigéria, objeto da torcida de todos e posso dizer que a Alemanha perdeu ontem para o Brasil nos pênaltis. Mesma Alemanha que vaiou Jesse Owens nos jogos de mil novecentos e trinta e seis, quando ele afrontou Hitler e ganhou medalhas no atletismo e isso já é história, como os sete a um já são e nossa medalha de ouro do futebol um dia será.

Nossa primeira medalha de ouro foi uma conquista de Guilherme Paraense, nos Jogos de mil novecentos e vinte, em Antuérpia na Bélgica, levando vinte e sete dias para nossa delegação chegar até lá e eu reclamando de duas horas e quarenta para chegar ao estádio em Itaquera. Eu sempre soube dessa conquista, por alguma leitura na minha meninice, porém hoje tem muito material na internet. Assim como eu sempre soube de Adhemar Ferreira da Silva, nosso primeiro bicampeão olímpico, que conquistou as medalhas de ouro no salto triplo nos Jogos de Helsinque, cinquenta e dois, e de Melbourne, cinquenta e seis. Deve ter sido por alguma leitura também, ou pelo Canal 100, que o Cine São Miguel passava antes dos filmes e de sessenta e oito tenho como lembrança os braços levantados com os punhos fechados dos atletas Tommie Smith e John Carlos, medalhistas nos duzentos metros rasos. O gesto era o símbolo do Movimento dos Panteras Negras. Depois eles foram expulsos dos Jogos, mas o ato serviu para a luta por direitos dos negros norte-americanos.

Certeza que essa lembrança foi registrada nas matinês do cinema, pois tenho viva a imagem deles no pódio, braços para cima e cabeça baixa, durante a execução do hino americano e como não tinha televisão, nem televizinho, o Cine São Miguel é aposta certa para isso. Os nomes, consegui agora pela internet, podem verificar para mais detalhes.

Já do atentado terrorista de setenta e dois, conhecido como Massacre de Munique acontecido durante os Jogos Olímpicos na Alemanha, quando onze integrantes da equipe de Israel foram tomados como reféns pelo grupo terrorista palestino chamado Setembro Negro as minhas lembranças advém da televisão, pois eu já estava em São Paulo e tinha acesso a um pequeno aparelho, daqueles portáteis, da república em que eu morava, com o Eiso e o Naile.

Só espero mais pra frente lembrar-me desta atual Olimpíada no Rio, pois a enxurrada de informações é gigantesca, mais de vinte canais televisivos à disposição, fora jornais e revistas e a internet toda. Não estou me lembrando de nem quem ganhou a nossa primeira medalha de prata quinze dias atrás. Ah, foi Felipe Wu no tiro. Pela televisão também construí as lembranças de Nádia Comaneci, a rainha da ginástica em setenta e seis, nos Jogos de Montreal, uma menininha franzina, só que arrasou e levou dez em várias participações, obrigando a uma mudança no painel, preparado para até nove e noventa e nove. No caso, os operadores como solução deram a nota 1,0. Pode e aconteceu, porém era o dez merecido.

Imagem da Nádia de quarenta anos passados me levaram a traçar um parâmetro com as atuais ginastas, principalmente Simone Biles e vejam a diferença de preparo e físico, mas não de graça e leveza. Já vou, a Edna me chamando para ver neste domingo, vinte e um de oito de dezesseis, a final de vôlei entre o Brasil e Itália. Tô indo, tô indo...


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