Acabo de ouvir a infausta notícia da morte do artista conhecido por Chico Frô, que morava em Pindamonhangaba-SP.
Logo me veio à lembrança o recital que ele deu (um verdadeiro "SHOW"!) no auditório da Sociedade Semiótica de São Lourenço-MG(terra da grande poetisa Ida Dutra Sacramento), com o poema de Zé da Luz "O crime de não saber ler", em que é contada a estória de um sertanejo analfabeto assassino da esposa, o qual, quando ouve o delegado ler o papel que ele viu a própria mulher entregar a um homem, dizendo ser casada e honrar o marido, este que se sentira traído por não saber ler, se suicida, no ato, com a mesma faca com que matara seu amor - prova do crime, na mesa da autoridade.
O já agora saudoso Chico Frô fez quase toda platéia chorar e, quando simulou usar a faca contra si próprio e caiu no palco, os presentes prorromperam em calorosos aplausos!
Quando ele voltou para o lado da esposa e do filho médico, este falou:"Papai, não precisava tanto realismo!"(pondo-lhe uma drágea na boca para controlar a pressão alta).
Jamais vi melhor declamador!
Fui com ele e família, do hotel para o VI FESTIVAL NACIONAL DE POESIA DE SÃO LOURENÇO-MG e ficamos sentados na mesma fila: Chico Frô, a esposa, o filho dele e o autor destas linhas. O auditório da Semiótica estava repleto, inclusive com muitas pessoas em pé, no corredor ao lado das paredes laterais.
Depois de alguns minutos, do artista mais sereno, fomos fazer um lanche e ele me contou ter trabalhado no cinema, ao lado de Mazzaroppi e disse ter sido um orgulho para ele, Chico Frô.
Que Deus o tenha!
OBS. Não coloquei a data do VI Festival mencionado, por não lembrar. |