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cronicas-->1965 - Roberto Erasmo Wanderléia Carlos -- 29/07/2016 - 12:14 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rei Roberto não seria rei sem Erasmo Carlos e sua parceria, que é sucesso e uma das mais duradouras, o primeiro trabalho da dupla foi em sessenta e três com uma versão da música Splish Splash! Fez o beijo que eu dei nela dentro do cinema, todo mundo olhou-me condenando só porque eu estava amando...
Tremendão é o apelido do Erasmo, como Ternurinha é o da Wanderléa e juntos comandaram um programa que virou febre: o Jovem Guarda, cuja estreia foi na TV Record em setembro de sessenta e cinco. Ao vivo, o Rei, mais Tremendão e Ternurinha cantavam e apresentavam convidados como Silvinha, Deny e Dino, Martinha, Os Incríveis, Waldirene, Eduardo Araújo, Ed Wilson, Jerry Adriani, Os Vips, The Fevers e outros mais.
O programa Jovem Guarda virou um movimento e influenciou uma geração inteira, agitou o mercado e abriu espaço para novos talentos, revolucionando os costumes da época, com roupas e gírias disseminadas pelos inúmeros fãs. Uma delas, de carteirinha até hoje, é a Edna e que reclama muito, por não ter assistido a todos os programas, visto que seu pai não deixava, chamando aqueles artistas de cabeludos e transviados. Eu nunca assisti algum sequer por um motivo prosaico - não tínhamos televisão e São Miguel era longe da muvuca toda. Também nos meus onze, doze anos eu estava mais preocupado em nadar, jogar bola e ir carregar batata com meu pai, além de estudar o ginásio. Ouvia alguma coisa pelo nosso rádio quatro faixas.
Só me lembro do Rei dizendo "É uma brasa, mora?". Sem muito significado nos dias de hoje, mas Roberto Carlos usava bastante essa gíria e ele queria dizer alguma coisa boa, quente, alguém especial, mora? Achei uma explicação mais ou menos: É fantástico, entende? Não saiam por aí com o brasa, mora? Nem com o fantástico, entende?
Nem com essas outras: broto, carango, legal, coroa, barra limpa, lelé da cuca, mancada, pão, papo firme, maninha, pinta, pra frente. Gírias e expressões da época, como o modo de se vestir com calças colantes de duas cores em boca-de-sino, cintos e botinhas coloridas, minissaias com botas de cano alto e um sem número de acessórios, tudo formatado a partir do sucesso do programa e dos seus apresentadores. Jovem Guarda acabou no final da década de sessenta, primeiro com Roberto que saiu em sessenta e oito e depois perdeu a força. O Programa foi acusado de alienado, não se envolvendo nas questões políticas daquele momento, mas para mim o programa sempre foi só um programa de músicas instantàneas como muitos até de hoje e outros setores cuidaram das discussões que mudaram o nosso país.
E olhem a explicação para Jovem Guarda: Os idealizadores do programa inspiraram-se em uma frase do russo Vladimir Lenin, onde dizia "O futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada". Eles vincularam a expressão com a imagem dos então emergentes cantores Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
Se quiserem ouvir músicas pelo YouTube, recomendo os títulos: Jovem Guarda - Coletànea de Músicas e Imagens, anos 60, 70; Só Jovem Guarda 50 Músicas de Sucessos e só mais um, As Melhores Músicas da Jovem Guarda Anos 60 - Saudade não tem Idade. Com esses, vocês terão quase que o panorama todo do movimento musical. Por exemplo, agora estou ouvindo O Milionário com Os Incríveis.
Se quiserem mais sobre o tema joguem no Google e encontrem três milhões, quatrocentos e setenta mil resultados e outro tanto só de imagens, para o mais puro deleite de quem tem idade para memória e lembranças e o mais puro conhecimento para quem quer só saber sobre tudo isso e impressionar o broto, com seu carango legal e é uma brasa, mora? Não sem antes se prepararem com aquela calça boca-de-sino, ou com a minissaia pra frente. Será papo firme, maninha.
Ao som de É Proibido Fumar, nesta sexta vinte e nove de sete de dezesseis, voltando a trabalhar, hoje em casa e com Roberto Erasmo Wanderléia Carlos encerro. É uma brasa, mora?
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