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Artigos-->JORNAL DO ENÉAS -- 13/10/2003 - 21:54 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
JORNAL DO ENÉAS



Francisco Miguel de Moura*





Quem ainda não leu ou ouviu falar do “Jornal do Enéas”? O escritor Enéas Athanázio é o diretor e proprietário. Escritor catarinense de fama nacional, contista dos bons, crítico literário competente e cronista de grande sensibilidade, é o intelectual de Santa Catarina que mais ama o Piauí, embora tenha percorrido este imenso Brasil, em viagens de observação e estudo, escrevendo sobre essas terras e gentes, mas especialmente sobre o Piauí. Citaria dois livros em que trata de coisas e gente do Piauí: “O Perto e o Longe” , de 1991, e “Fazer o Piauí”, de 2000, ambos editados por conta própria.

Antes, porém, de falar sobre o “Jornal do Enéas” propriamente dito, cabe colocá-lo no contexto da imprensa brasileira e mundial, em face da cultura, seja oficial, empresarial ou alternativa. Cito o artigo de José Augusto Seabra, de 1-9-2003, no suplemento “Das Artes das Letras”, que circula com o jornal “O Primeiro de Janeiro”, de Porto, Portugal, a propósito do lançamento da revista “Saudade” nº 5, de Antônio José Queirós: “Num espaço intelectual hoje dominado pela voracidade do efêmero, em que na febre exacerbada de um mercado cultural estreito, mas por isto mesmo feroz, os protagonistas do momento se devoram uns aos outros, numa promoção indiferenciada do fabricado e do autêntico, banalizados pela ausência de uma crítica exigente, pouco lugar parece haver ainda para projetos literários que não sacrifiquem a avidez da espetacularidade e do sucesso a todo custo.”

Coincidentemente, temos às mãos também o número 5, do “Jornal do Enéas”, de setembro de 2003. Dentro dessa situação de desencanto em que se encontram os intelectuais, o corajoso Enéas Athanázio empreende um jornal independente, literário, alternativo, em Balneário de Camboriú, Santa Catarina (Caixa Postal 418). Nós, particularmente, preferimos um jornal como esse a outros da mesma natureza, porém dominados por um grupo ou “panelinha” onde ninguém pode entrar, salvo os puxa-sacos do “guru” – para confirmar com ele o que quer, o que diz e o que deve fazer. O “Jornal do Enéas” como é de apenas uma cabeça, mas uma sábia cabeça, que pensa, sente e tem independência e compostura moral, acolhe seus colaboradores (ou as colaborações) de modo aleatório, sem exclusivismos e precipitações. Enéas Athanázio dá preferência à arte, acolhendo artigos, poemas, crônicas e outras matérias assinadas, entre as quais a sua crônica, que nesse número está um primor, denominando-se “A Voz do Vento”, invejável a todos nós que nos empenhamos na espécie criada por Machado de Assis. Não quer dizer que também não acolha notícias. Coloca-as, totalmente literárias e de pouca extensão, pois a finalidade maior do “Jornal do Enéas” é dar espaço à literatura.

Enéas Athanázio divulga o Piauí lá e, aqui, Santa Catarina, nos artigos que a imprensa tem publicado, além da beleza dos livros supramencionados, sobre a literatura piauiense e seus literatos, razão por que merece o título de “Cidadão Piauiense”, que proponho aos senhores Deputados. Seu jornal, feito com seus próprios recursos e com seu trabalho ingente, é uma das maiores contribuições à cultura do nosso tempo. Quem dera que o seu exemplo pegasse no Piauí e se multiplicasse aqui e no resto do Brasil de tantos alfabetizados funcionais.

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*Francisco Miguel de Moura é escritor.

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