Quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo, olhando pra você e as mesmas emoções sentindo. São tantas já vividas, são momentos que eu não esqueci, detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui... Assim Roberto Carlos Braga, O Rei, O Rei da Juventude, O Rei da Música Latina, ou simplesmente Zunga, seu apelido de infância, inicia seu show e ontem pelas dez e vinte da noite eu tive o prazer de ouvir mais uma vez a música Emoções.

Amigos eu ganhei, saudades eu senti, partindo e às vezes eu deixei você me ver chorar, sorrindo... Confesso que me emocionei e quase chorei, no entanto aguentei quietinho para não dar bandeira ao meu genro, firme ali à minha frente acompanhando sua avó, digamos assim “estupefaquita” com a abertura do show. Realmente o Rei arrasa e com aquele jogo de luzes deixa-nos prostrado pelo todo o seu talento.

Sei tudo que o amor é capaz de me dar, eu sei já sofri, mas não deixo de amar. Se chorei, ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi... Vivi eu também e viajei com a primeira música a ouvir pelos meados dos anos sessenta – “Eu vou contar pra todos a história de um rapaz, que tinha há muito tempo a fama de ser mau... O homem mau, então, quis logo matar e no valentão quis logo atirar... ta tata nanam... Essa é a história de um homem mau!”. Por um tempo fiquei cantarolando essa música pelas ruas de São Miguel, indo e vindo ao Ginásio e ao Campo, entre uma nadada e outra.

Depois, ou antes, não me lembro bem, fiquei com outra música – “De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar, se você não vem e eu estou a lhe esperar. Só tenho você no meu pensamento... E que tudo mais vá pro inferno...”. Música boa demais, porém o Rei, pelas suas manias atuais, se recusa a cantar para não ter que dizer a palavra inferno. Espero que ele volte a cantá-la e ontem ele estava bem soltinho, bem malandrinho, podemos dizer e talvez num próximo show que eu vá, ele a cante. Sempre digo que não vou mais, por estar com o Roberto porrr aquiii, mas eu vou, eu irei.

São tantas já vividas, são momentos que eu não esqueci, detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui. Mas eu estou aqui vivendo esse momento lindo, de frente pra você e as emoções se repetindo... Segundo a Edna, meu primeiro show foi no Palácio das Convenções do Parque Anhembi e eu, sem memória, não estou me lembrando. Pode? Pode, fazer o quê e conversamos sobre um show do Ibirapuera, onde mal cabíamos na cadeira, de verdade banquinhos amarrados um ao outro e que importância foi dada, quando Dom Roberto adentrou ao palco. Tudo se esmaeceu e emoções foram vividas. Três ou quatro anos atrás voltei ao mesmo Ibirapuera e aí sim acomodações de primeira e show idem, aliás, muito mais, maravilhoso define melhor.

Em paz com a vida e o que ela me traz, na fé que me faz otimista demais... Nas lembranças dos shows já vistos tem um que não passei muito bem. Foi no antigo Olympia, quando tomei um energético e a minha adrenalina aumentou, fiquei um tempo sem prestar atenção ao palco por causa disso e por uma fã cantando que nem uma louca ao meu lado. Deu uma vontade de matar. Em outro, nesse mesmo Olympia ao final, quando ele distribui as rosas a Edna, que vai a todas, na expectativa de ganhar uma, ou pelo menos ficar perto dele, caiu da cadeira e desapareceu entre todas as meninas. Após um século ela surgiu e só escutei – Roberrttooo.

Se chorei, ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi... Vista a roupa meu bem, acredite em mim e no meu amor também, música do LP de setenta, que só eu devo lembrar e ouvir de vez em quando. Já Detalhes do LP de setenta e um não há quem não conheça e que não tenha ouvido pelo menos uma vez – “Não adianta nem tentar me esquecer, durante muito tempo em sua vida eu vou viver. Detalhes tão pequenos de nós dois...”. Essa, ele canta sozinho acompanhado por si mesmo em seu violão e neste domingo, dezessete de sete de dezesseis, se chorei, ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...