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Cartas-->PEC 245: Aumento dos militares -- 21/09/2008 - 19:50 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Carta recebida de meu amigo Ricardo Bergamini, Prof. de Economia (Florianópolis) - sábado, 20 de setembro de 2008 7:19:07 -, depois de enviar a ele a PEC 245, que trata do aumento salarial dos militares:


Amigo Félix

1 - Os gastos com pessoal civil da União saíram de R$ 54,1 bilhões em 2002 para previsão de R$ 110,4 bilhões em 2008. Crescimento nominal de 104,07% no período, para uma inflação pelo IPCA de 49,35% no mesmo período. Crescimento real acima da inflação de 110,88%.

2 - Os gastos com pessoal militar saíram de R$ 20,9 bilhões em 2002 para previsão de R$ 34,8 bilhões em 2008. Crescimento nominal de 66,51% no período, para uma inflação pelo IPCA de 49,35% no mesmo período. Crescimento real acima da inflação de 34,77%.

3 - O salário médio pago na iniciativa privada saiu de R$ 797,80 em dezembro 2002 para R$ 1.216,50 em junho de 2008. Crescimento nominal de 52,48%, para um inflação de 49,35% no período. Crescimento real de 6,34% acima da inflação.

4 - Diga-se de passagem é esse feito de crescimento real de 6,34% que a estupidez coletiva brasileira está comemorando como sendo o maior feito da história da humanidade.

5 - Que Deus tenha piedade da escuridão do corporativismo reinante no Brasil. É cada um por si e Deus contra todos.


Gastos com Pessoal da Administração

Federal Direta e Indireta. Fonte de Consulta MF - Base - R$ bilhões.

Itens
1994
2002
2007
2008*
% PIB

Pessoal Civil
27,0
54,1
97,3
110,4
4,09

Ativos
13,6
33,3
60,2
72,6
2,69

Inativos/Pensão
13,4
20,8
37,1
37,8
1,40

Pessoal Militar
8,8
20,9
29,6
34,8
1,29

Ativos
3,8
8,3
11,3
13,1
0,48

Inativos/Pensão
5,0
12,6
18,3
21,7
0,8

Total
35,8
75,0
126,9
145,2
5,38


Nota: 1) Estamos considerando 191.752 servidores intergovernamentais 2) *Previsão


Gastos com Pessoal da União (Diretos, Indiretos, Civis, Militares, Ativos, Inativos, Pensionistas e Intergovernamentais)

O custo total de pessoal aumentou de R$ 35,8 bilhões em 1994 para R$ 75,0 bilhões em 2002. Incremento nominal de 109,50% em relação ao ano de 1994. Com base nos números conhecidos em junho de 2008 podemos prever um custo total com pessoal para 2008 de R$ 145,2 bilhões. Incremento nominal de 93,60% em relação ao ano de 2002.

Com base nos números conhecidos em junho de 2008 podemos projetar um rendimento médio/mês per capita com pessoal ativo - 1.207.487 servidores (778.396 civis e 429.091 militares) de R$ 5.915,31, enquanto a média/mês per capita nacional para os trabalhadores formais nas atividades privadas foi de R$ 1.216,50 (79,43% menor).

Com base nos números conhecidos em junho de 2008 podemos projetar um rendimento medo/mês per capita com pessoal inativo e pensionista – 1.070.663 servidores (742.652 civis e 328.011 militares) de R$ 4.630,20, enquanto a média/mês per capita dos inativos e pensionistas das atividades privadas (INSS - 22,2 milhões de beneficiários) é de R$ 588,90 (87,28% menor).

Com base nos números conhecidos no mês de junho de 2008, comparando com dezembro de 2002, houve aumento do efetivo da ordem 314.273 servidores: Legislativo - 4.739; Judiciário -13.995; Executivo Militar - 174.025 recrutas; Executivo Civil - 110.570 e Ex-territórios e DF de 10.944.

Cabe lembrar que os recursos para pagamento dos trabalhadores do setor público dependem da geração de renda dos trabalhadores da iniciativa privada. Não existe outra fórmula conhecida até a presente data.


***

Carta-resposta a Ricardo Bergamini (21/9/08):

Prezado Prof. Bergamini,

Concordo com o senhor quanto aos índices, porque não há como brigar contra os números. De fato, se nos ativermos apenas à média dos salários, os servidores públicos, no Brasil, são uma classe privilegiada.

Uma das coisas boas para o serviço público é que, teoricamente, os mais "capacitados" irão fazer concurso público e assumir suas funções, o que é ótimo para o Brasil, ao mesmo tempo em que há o lado ruim, pois os "menos capacitados" terão que gerar a riqueza da Nação que, em última análise, será utilizada para pagar os "marajás".

Os números citados na pesquisa do IBGE tratam da média de proventos, tanto dos servidores públicos, quanto dos privados, o que não diz muita coisa, porque sabemos que a maioria da população brasileira ganha salários próprios de verdadeiros escravos, o que joga a média lá embaixo. Na Suíça, um estudo sobre a "média" salarial de sua população faz sentido, porém não tem muito cabimento fazer tal análise na "Belíndia" em que vivemos, a não ser para confecção de tabelas estatísticas. O problema a enfrentar não é diminuir os salários dos funcionários públicos, porém diminuir a corrupção, o inchaço da máquina administrativa, com ministérios inúteis, como o da Pesca. Também deveria ser diminuído drasticamente o número dos cargos comissionados, que são preenchidos por pelegos e apadrinhados políticos. Para começo de trabalho, que tal aumentar o salário mínimo, que mal dá para comprar comida? Toda essa catastrófica situação brasileira só pode ser revertida com uma Educação de qualidade.

Eu gostaria de fazer uma provocação: que tal comparar os rendimentos dos maiores salários da iniciativa privada, 1 milhão de pessoas, p. ex., com os maiores salários do serviço público, também 1 milhão de pessoas. Vale lembrar que no último ano aumentou em 60.000 o número de novos milionários no Brasil (são, ao todo, 190.000 - Cfr. http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u362928.shtml). Sobre média, convém lembrar aquele exemplo, em que o sujeito tem a cabeça num freezer e os pés no fogo; só pode estar morto, embora, na média, sua temperatura corporal esteja normal.

Deve-se ressaltar que os militares das Forças Armadas, nas últimas décadas, tiveram seus soldos aviltados, de modo que, p. ex., hoje um soldado da Polícia Militar do Distrito Federal ganha tanto ou até mais que um sargento do Exército; um coronel ganha mais do que um general 4 estrelas, um absurdo! Aumentar os soldos das Forças Armadas é uma iniciativa bem-vinda, tanto para animar os jovens a ingressar nas Escolas Militares, quanto para evitar a contínua evasão dos militares, muitos dos quais preferem trabalhar na iniciativa privada a ganhar soldos vergonhosos, principalmente aqueles formados pelo IME e pelo ITA.

Atenciosamente,

Félix Maier

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