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cronicas-->Sempre o fantasma -- 07/06/2001 - 18:36 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
www.vaniadiniz.pro.br

Quando Fernando Henrique assumiu o governo havia uma esperança geral. Claro que isso estava evidente por sua imensa votação.Pelos seus antecedentes socialistas, pela visão que ele demonstrava ter de um mundo melhor e mais justo, pela própria história pessoal e pelo que escrevia. Imaginava-se que fosse um governo coerente e justo.
No Brasil, o povo está sempre esperando alguma coisa para que o país possa melhorar. Já esperou tanto e tão variadamente que se acostumou. O Presidente exigia reformas e privatizações e assegurava que com isso o Brasil ficaria numa situação privilegiada. As pessoas esclarecidas e que olhavam mais para dentro no sentido humanitário da vida não podiam compreender que alguma coisa melhorasse com a demissão de milhares de funcionários públicos e do sofrimento de suas famílias.
Dentro das empresas o precipício se aproximava. As pessoas trabalhavam inseguras e amedrontadas pelo fantasma do desemprego e quanto mais apavoradas ficavam, mais os meios de comunicação estavam abertos para as ameaças do chefe da nação e seus ministros, com prognósticos que levavam ao desespero cidadãos corretos e dignos.
Os funcionários passaram a ser encarados como algozes ditados por um governo ditatorial, mas com uma capa de democracia e de direitos defendidos. Alegavam que um país inteiro não podia ser sacrificado por uma classe que estava ganhando mais e inutilmente. Realmente era caso ou para se chorar de desespero e revolta ou para rir com desprezo.
A mídia passou a entender e falar com a mesmas palavras agri-coloridas dos dirigentes. E as empresas que eram pelo menos uma garantia de investimento passaram a ser vendidas financiadas pelo próprio BNDS.
Os trabalhadores do governo estavam a caminho de um inferno iniciado já pelo governo Collor que sem força, não conseguira o que o atual Presidente estava concretizando. E eu me pergunto muito simplesmente: Poderia haver êxito num empreendimento em que famílias iriam ser destruídas, empobrecidas, sem condições na maioria das vezes de arranjar outro emprego a não ser que se tornasse seu próprio pequeno empresário, o que nem todos têm inclinação? E que depende não só de mercado como de sorte? Eram pessoas de salário baixo as que mais sofriam e constituia a grande maioria. Os chamados marajás eram raros e continuariam pela vida afora a sê-lo
Presenciei um chefe de família, pessoa não tão jovem, mas que ainda não estava aposentado a ser demitido. E a síndrome de pànico que já devia estar á espera de um motivo justo desencadeou tornando esse homem uma pessoa inútil e sem condições de tratamento pela impossibilidade de pagar um plano de saúde justo. E pelas negras perspectivas do futuro.
Enquanto isso no primeiro mandato a única coisa em que se trabalhou foi na sensibilização do congresso para que pudesse haver reeleição para o presidente atual. Eles conseguiram tudo que queriam e na época até o apoio do povo e da mídia e falharam lamentavelmente.
Tudo aconteceu. As CPIS que não davam em nada, denúncias, autoritarismo sempre encoberto do Presidente Fernando Henrique cujo gosto maior e, temos que reconhecer, sofisticado é viajar, de preferência para o exterior. Até isso ele convencia à Mídia que era bom para o nome do Brasil. Para a sua evolução e para que fosse um candidato ao primeiro mundo. Como se não tivéssemos representantes no Itamarati.
Mesmo que isso acontecesse não deveria ser a primeira meta a ser pensada. A primeira finalidade teria que ser estudo, saúde e emprego para todos. Quanto à energia já batemos nessa tecla várias vezes que se o problema vem de longe como eles dizem, mais uma razão para ter sido combatido e investido desde o primeiro dia de governo. Não apenas falado, não apenas comentado porém deveriam ter traçado metas. Muitos dizem: "Agora não adianta discutir mais!" Como não adianta? Vamos ficar a mercê desses homens poderosos até quando? Sem dar um grito de liberdade, sem exercermos nossos direitos, sem sequer exigir que eles dêem conta do que fazem e se fazem e conscientes que nós pagamos seus salários. Mas acho que pouca gente pensa nisso.
Não queremos refletir, é mais cómodo, menos cansativo, todavia não podemos continuar a ser um povo que aceita decisões, calado e sem opção. Não devemos prosseguir nessa inércia que só redunda em impotência e desespero.
Todas as oportunidades de credibilidade foram dadas ao atual governo, e o Presidente se tivesse cumprido as cinco metas a que ele se propós seria ovacionado delirantemente. Admira-me que um homem tão inteligente não tenha pensado nisso. Esse discurso feito pelos nossos dirigentes já cansou. Não queremos mais ouvir. Estamos estressados de escutar as mesmas palavras e enxergar no "Príncipe" muito além do que ele pode nos doar. Não interessa no momento as palavras bonitas e repetitivas que se tornaram monótonas e enfadonhas. Já disseram tudo. Fizeram tudo. Venderam nosso património, expulsaram os funcionários de seus empregos, deram motivo às lágrimas a milhares de famílias, negaram aumento quando produtos de primeira necessidade subiam, fizeram reformas que nada adiantaram, impediram através da própria justiça que muitos cidadãos fossem lá reclamar seus direitos e nesse momento cometem um ato de quase truculência, fazendo com que pessoas que por vezes usaram mínimo de energia diminua ainda mais, pagando acima e com a ameaça de apagões e cortes de luz por três dias. E ainda acham que estão sendo muito generosos de avisarem no primeiro mês
Gostaria de não precisar falar tudo que tenho falado, desgastando minha alma que busca algo mais subjetivo e sonhador, mas dessa vez não posso me calar. Sinto desprezo por um governo que é capaz de impor tantos sacrifícios à seus concidadãos e estou convicta que isso sim, é caso de falha aos direitos elementares de alguém, aos direitos humanos que tanto se fala e na essência talvez não se compreenda.
Vània Moreira Diniz


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