Usina de Letras
Usina de Letras
169 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13261)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50609)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->1954 - Tipo Inesquecível, eus -- 05/05/2016 - 15:24 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Dando sequência ao tipo inesquecível não posso me esquecer dos meus próprios eus inesquecíveis. Justo hoje, cinco de cinco de dezesseis, quando completo sessenta e dois anos na infância do meu período sexagenário e olha que lindo o que ganhei de presente da Lígia: “Hoje é um dia especial! É o dia da pessoa mais legal que eu conheço! Do cara inteligentíssimo, gente boa, de um coração maior que ele mesmo. Dele, que me abraça, me acolhe, me levanta e me joga pra cima. Dele, que rouba pedaços dos meus doces, que me irrita (só um pouquinho), que me alegra, que me dá bronca, que me faz rir. Que me apoia e pede apoio. Que tem pele boa e um péssimo gosto para tattoos. Dele, que é um pai incrível e que faz aniversário hoje! Feliz seu dia, pai! Parabéns pelos 62 e pela carinha de 61. Saúde sempre e muito amor garantido da gente. Te amo!”.

Meu hoje, inesquecível daqui algum tempo, como é a minha infância e o meu primeiro dia de aula com a Dona Mimi e a lembrança da minha lancheira naquele recreio do Grupo Escolar José Gomide de Castro. Um aluno de não se esquecer, assim como aquele lendo a poesia A Árvore e se acabando em tremedeira, isso no palco do mesmo grupo, por obra da Dona Sara, assim como aquele recebendo nota cem da Dona Maria. Ah, esclarecendo que naquele tempo nossas professoras eram conhecidas por Dona e os professores por Seu. Eu só tive Donas, mas meus irmãos tiveram o Seu Valdir...

Esses dias colocaram no Facebook uma foto de um menino recebendo diploma, da Diretora lembrada pelo seu mau humor. O menino era eu, meu inesquecível formando de ginásio, um dia antes de dançar o Baile dos Formandos com a Yolanda, a bordo de meu lindo terno e sapatos novos, cuja foto anda por aí para comprovar. Ambos os meninos, da sexta e do sábado de dezembro de sessenta e oito, nunca esquecidos. E por falar em baile, como esquecer aquele rapazote pisando nos pés da Edna, ao som do SuperSom TA, tentando dançar sua valsa de formando em Administração, com um super smoking alugado e um bigode divino, com uma cabeleira idem, mas hoje só que não.

Olhando aqui para a parede encontro vários dos meus eus. Em fotos e cada um com a sua idade, que somadas darão sessenta e dois, claro. Tem o eu do casamento, sorridente ao lado da sua linda, certo do que estava fazendo, como tão certo hoje. Tem um homem barbudo, em frente à Igreja antiga de Aparecida, num momento de fé com a sua esposa e seus dois filhos pequenos, esperançosos no que viria, veio e virá. Olha aquele pequeno, menos de dois anos e de pé apoiado na parede e com uma junta de motor de caminhão para dar mais apoio à foto, que é de estúdio. Estranho, mas verdade essa junta, que era metálica e forte para o tal apoio, por dentro do short e sob a camisa branca, mais um sapato bicolor combinando.

Em outra foto religiosa, eis-me ao lado dos meus com suspensórios tornando minha calça curta no modelo santro-peito; devia ser moda, pois meus irmãos estavam iguais. Eis-me com eles novamente, só que em frente ao caminhão Mercedes onze treze; aliás, caminhões sempre fizeram parte dos meus eus, desde sempre. Dirigindo o Scania pelo Mato Grosso, o Mercedes Cara-Chato pelas estradas do Turvinho e Justinada, o Quinze Treze pela Castelo Branco e o Scania Cento e Um naquela subida de Guapiara, me dá arrepios só de lembrar.

Meu eu legal de tudo é aquele homem jovem, tirando fotos com as crianças no Shopping Eldorado. São duas, uma cada uma, a comprovar que aquele eu era um bom sujeito, sereno numa, sorridente noutra e era sábado e as fotos, brindes do shopping para o Dia das Crianças, assim como sereno outro meu eu estava, ao lado da Dona Cida, de boné e um chinelão Ryder de dar gosto, sentados no chão contemplando o mundo de então, ou apenas quem tirou a foto. Tem um eu, dos quarenta e oito anos, cuja foto soma tudo o que aconteceu naquele dia, quando reuni os meus amigos e familiares para comemorar. Hoje, fico por aqui com todos os meus eus, esperando que eles sejam sempre inesquecíveis...


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui