Entrega (*)
Prezada amiga:
De posse de cópia do rastreamento de que lhe encaminhei, fui à Agência dos Correios e pude comprovar o que houve: faltou o número do edifício.
Suponho que na Avenida Conde da Boa Vista não deva existir mais de um prédio com esse nome. Caberia, no meu entender, não ao carteiro; mas, sim, ao seu chefe perquirir, no centro de distribuição.
A encomenda não foi entregue. Devolveram-na à caixa postal que indiquei (e aí contribuí duplamente para o desacerto, porque não a visito todas as semanas).
Todos perderam: remetente, destinatário e empresa prestadora do serviço.
Vê, caríssima missivista, como a falta de interesse pode gerar obstáculos. E prejuízos econômicos, além do desgaste físico e psicológico.
A vida empresarial é assim. Sobrevivem os administradores criativos, persistentes e acima de tudo os que visam ao bem comum.
O lucro deve ser conseqüência de bom serviço prestado ou de bom produto oferecido. Poucos compreendem isso. Os que seguem esse caminho são vitoriosos.
Deixei de almoçar e de atender a outras atividades para solucionar o impasse que criei com a ausência do número do edifício.
Claro que o fiz com obstinação e logicamente com prazer. Aliás, as coisas realizadas sem alegria geram – quase sempre – resultados nefastos, quando os geram.
Imagine os médicos, no interior, sem equipamentos necessários ao seu trabalho. Se a todos os casos mais graves se recusarem de atender por isso, morrerão muitos – com certeza. Eles fazem o contrário. Salvam vidas e mais: dão exemplo de trabalho, de capacidade e de amor. Tudo com o esforço próprio, só inteligência e boa vontade (logicamente, o conhecimento técnico, que se vai aperfeiçoando a cada atendimento).
Enfim, despachei de novo a encomenda com os livros de que lhe falei. Caso queira acompanhar, o número é este: EC5994226677BR.
Creio, porém, que não haverá mais desencontros. O prazo é de 3 a 7 dias. Por favor, confirme o recebimento.
Para certificar-se do que houve, pus dentro do caixa atual a tampa da caixa anterior, que espelha o endereço incompleto.
Desculpe-me o desabafo. Essa história daria uma crônica. Talvez, depois, mais calmo, pensarei no assunto.
Com a estima e o abraço do
Benedito
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(*) Brasília, DF, 07/08/2008.
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