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Infanto_Juvenil-->A FALA DAS AVES, SEGUNDO VOVÓ BENTA -- 28/11/2007 - 20:12 (Hull de la Fuente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

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A FALA DAS AVES, SEGUNDO VOVÓ BRENDA



Uma estória pra criança da cidade.


Lá nos fundos do roçado, depois da cancela, passa o riacho encantado.

No pomar cheio de limão, caju, laranja, mamão, ouve-se o arrulhar das pombas-rolas cantando o mesmo refrão:

“O fogo apagô,
Na casa do rei
Meu senhô...”

Na cozinha da fazenda, Tia Helena e vovó Brenda, escutam os passarinhos, voltando para seus ninhos, animados a conversar.

Na lagoa o sapo gordo, que com ninguém está de acordo, também começa a coaxar.

A Saracura escandalosa, de pernas longas formosas, bate as asas muito aflita, e pra outras aves grita:

_Quebrei três potes, quebrei três potes! Quebrei três potes!

_O pote é um só! O pote é um só! O pote é um só!

Responde o sapo zangado, com o grito desesperado, desmentindo a Saracura, que pra toda mata jura que os potes eram três.

Nesse instante a Jaó, que não pode viver só, lembra da briga infeliz que teve com a Perdiz e começa a gritar:

_Perdiz! Vamos “fazê as páiz”?

_Eu? Pra nunca mais!!!! – responde a injuriada Perdiz.

E esse cantar sentido da Jaó arrependida, por muita gente é ouvido; E a Perdiz rancorosa não quer aceitar a prosa da prima que a ofendeu.

Da fazenda vovó Brenda, conta o tempo pra cada ave relatar os seus eventos, no retorno aos ninhos. É lindo o entardecer ouvindo o coro dos passarinhos, regido pela natureza.

Ouve-se o Pássaro Preto enamorado, num canto apaixonado cortejar a sua Pássaro Pretinha. Vovó Brenda jura que ele diz:

_Muié! Qué casá cumigo?

_Quero! O que ocê me dá?

_Fita, fita, fita só! Fita, fita, fita só! – promete o Pássaro Preto.

Pobre Pássaro Pretinha, tão charmosa e bonitinha, como é que vai viver com o noivo a prometer, fita,fita, fita só? Pergunta-se a vovó.

Mas nesse mesmo instante, ouve-se o canto distante, do bando de bem-te-vis. Tão pequenos e bonitinhos, as mães perguntam de pertinho num mesmo tom de canção:

_”Fiinho”! “Fiinho”! Bem-te-vi! Bem-te-vi!

E vovó Brenda sentada, na varanda da fazenda, pensa lá com seus botões: É como se eles dissessem, eu vi tudo o que acontece, meu filhinho trapalhão.

Por um instante a floresta silencia sua orquestra. Até o coaxar das rãs e dos sapos gordos emudece. Mas o silêncio é rompido com o tremendo alarido da Seriema a esgoelar.

_Comade, comade, comade, comaaaaade!!!!

Vovó Brenda sempre diz que só erra por um triz. Ela acha que a Seriema grita por que é sempre aflita, vive olhando para os lados, só não tem medo do gado, lá no campo a pastar. A Seriema parece estar sempre assustada, e grita desesperada pra sua comadre a ajudar.

A noite então se aproxima e vovó Brenda na sua rotina ouve o indeciso Curiango prometer pra alguém:

_Amanhã eu vou! Amanhã eu vou! Amanhã eu vou!

Ela sabe que ele jamais cumprirá a promessa.
O Curiango é uma ave igual aos políticos!
Conclui ela, esperando o cantar da coruja, o único que continuará pela noite adentro, num coro com os grilos e o coaxar dos sapos.

E assim termina mais um dia na Fazenda, onde vive a vovó Brenda.


(Hull de La Fuente)



Claraluna
Publicado no Recanto das Letras em 07/11/2007
Código do texto: T727874


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