Quer pesquisar sobre Kombi, vá ao Google e encontre mais de setenta e nove milhões de resultados para ler e incontáveis imagens para ver e admirar. Sim, admirar, pois tem cada uma mais interessante que outra e até uma limusine três eixos e dois andares. Se anda, não sei, mas é bonitona. Olha o descritivo dela: "Essa criação artesanal foi batizada de Fiona em referência à princesa verde do desenho animado Shrek. Para a construção, foram usadas peças de quatro Kombis e mais uma capota de Fusca. O comprimento total passou de quatro metros e meio para sete e meio". Deve andar, pois está sendo utilizada no estado de Dakota do Sul, na região montanhosa de Black Hills.
O nome Kombi vem do alemão Kombinationsfahrzeug e quer dizer veículo combinado, ou veículo multiuso, em tradução mais livre. O conceito surgiu no final dos anos quarenta e após experimentos e testes, o carro ganhou as ruas em oito de março de cinquenta. No Brasil, o grupo Brasmotor começou a montar em cinquenta e três, já fabricando aqui a partir de cinquenta e sete, sendo a primeiro veículo Volkswagen fabricado no Brasil e mais tempo em produção até setembro de dois mil e treze. Até em Hollywood, a Kombi trabalhou sendo protagonista do filme Litte Miss Sunshine, sendo que boa parte do filme é passada com cenas dentro dela, isso em dois mil e seis. O ator Alan Arkin ganhou o Oscar de ator coadjuvante pelo filme.
Estou no tema por ter duas Kombis, para uso na empresa no transporte de funcionários até as obras e elas vivem me dando alegrias e problemas. Jairão - "O rapaz falou que a kombosa tá dando problema no mociné". Mociné? É!
Junta homocinética parece ser o certo e serve para transmitir movimentos. Voltando ao mociné, eis me ligando para o Shazan perguntando e mandando dar uma revisão total, incluindo o mocineto, mucinéti, hemocinético, outros nomes do mociné. Deve ser uma peça muito barulhenta, é a reclamação mais contundente e pronto, encostam o carro e toca chamar a Porto Seguro, por no caminhãozinho e levar arrumar. Após algumas vezes e resumindo, não tinha nada a ver com as juntas homocinéticas e sim com os varões, escapamento, bancos soltos, falta de graxa na capa dunseioquê, tudo chamado de mociné. Hoje, ela anda leve e solta na Rodovia Luiz de Queiróz no trecho Piracicaba-Americana e vejam minha sina, amanhã encosta a outra com barulho, adivinhem onde.
Tenho um trato carinhoso com elas, desde muito, lembrando-me da Kombi da Ruth, da do Miguel Idálio, que nos levava aos bailes de Pilar e Capão Bonito. Das daqui de São Paulo, que foram companheiras de trabalho, pois muito do que conheço dessa cidade foi ao volante, ou ao lado, de uma delas. Na época da AEG, andávamos com os komberos, como eram chamados os donos delas. Já contei a história do Sobrinho, que colocava a dele de frente, em sua garagem, e roubavam a sua gasolina. Resolveu colocar de ré e roubaram o seu toca-fitas, história que virou anedota, pelo número de risadas quando ele contava.
Depois em Santo André, na Elevadores Otis, cujas Kombis eram velhas de dar dó, mas ainda davam no couro. Com carta vencida, fui pego com uma delas carregada de peças fundidas, mais de uma tonelada de carga. O Seu Guarda sorriu de monte, liberou o veículo, mas prendeu minha carta, não sem antes me passar um sermão pelo peso e pela velocidade que eu estava, objeto da fiscalização. Claro que eu estava mais devagar que uma tartaruga.
Agradável mesmo é andar nelas em Búzios. Como faço para ir até Geribá? De táxi, mas pode pegar a vanzinha, ela vai bem. Eis a Kombi Vanzinha. Olha, delícia mesmo, mas só lá que tem praias para todo lado. Última forma, neste sábado cinco de três de dezesseis, li rápido que a Kombi vai voltar a ser fabricada, próximo de dois mil e vinte, como VW Budd-e, com propulsão elétrica e um motor para cada eixo... Parando, certamente não será uma Kombi!
|
