Parado, diante de mim, um vulto fugidio,
a me espreitar com olhos vítreos,
contorcendo, num riso escarninho, os lábios transparentes,
disse:
“Fuge, fuge.
Não me queiras perseguir.
Resguarda-te de ti mesmo.
Procura o esquecimento.
Mata-te: serás feliz.”
“Mentira!”, gritou alguém no fundo da consciência.
“Vive e ama!
Sê alegre!
A morte virá.
Serás feliz.”
Serei feliz.
15.04.58.
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