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Artigos-->E Deus chorou comigo... -- 26/07/2001 - 17:51 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou muito sensível ao universo de significado das palavras de nossa amada “Flor do lácio”.

Dia desses, ganhei, de uma aluna, missionária de uma dessas Igrejas evangélicas, um “Cd” de um de seus cantores.

Vi que era um disco de músicas religiosas e não me interessei em ouvi-las, embora tivesse agradecido muito à lembrança da moca. Apenas, guardaria o presente, pois me foi dado com muito carinho. Mas, creio que, quando temos de “ouvir” algo, tudo se une para que tal coisa aconteça. E eu estou certa de que, para tudo nesta vida, há um propósito determinado.

Pois bem...

Na volta da escola, estava eu num desses engarrafamentos infernais, do Rio de Janeiro, devido à forte chuva que caía. Creio que todos devem imaginar o que se sente numa situação desconfortável como essa.

Nesses momentos, procuro manter a calma e me atenho às minhas músicas prediletas, que sempre tenho no carro. Só dirijo ouvindo música e cantando, descontraída. Isso me ajuda a passar o tempo, sem muita lamúria. Funciona, para mim, como uma verdadeira terapia, principalmente nos estados momentâneos de estresse, que me pegam de surpresa, de vez em quando.

E eu estava num momento assim, não por causa da chuva, ou da má afluência do trânsito, mas, por mim, por algo que muito me incomodava e que me ocasionou um grande conflito interior, naquele dia.

Para aliviar tamanha tensão, procurei os meus Cds, no porta-luva, e com grande decepção constatei que o meu amado filhote os havia retirado dali, na faxina rotineira que ele costuma fazer em “nosso carro”.

Somente restava o rádio, mas as estações não funcionavam direito, por causa do temporal.

Fechei todas as janelas, isolando o som externo. Pus, então, o Cd religioso, que estava ali esquecido, pensando: “fazê o quê?”

Comecei a ouvir e, insatisfeita com o ritmo, pulava as faixas (jamais me detive a ouvir músicas religiosas), até que uma das músicas começou a chamar-me a atenção, pelo significado da letra... Preciso dizer, aqui, que eu estava completamente vulnerável, numa tristeza de fazer chorar o mais incauto dos mortais, que de mim se aproximasse.

Há dias assim, em que parece que tudo começa mal, e acaba estendendo-se pelo resto do dia (a famosa lei de Murphy).

Eu estava num desses dias, em que parecia que o mundo ia desabar sobre minha cabeça e com uma angústia muito forte a dilacerar-me o peito.

Porém, uma daquelas melodias começou a mudar a rota desse meu infortúnio.

Em princípio, ouvi-a rapidamente, sem me deter no sentido das palavras. Era um ritmo agradável, para uma música religiosa... Um tom meio “country”, choroso...

Aos poucos, fui assimilando a letra para captar-lhe a mensagem. Meus olhos enevoaram-se com algumas lágrimas que teimavam em sair. Por sorte, o trânsito estava moroso, não exigindo muita atenção visual. Então, deixei-me embalar por aquele pranto que necessitava jorrar, talvez de há muito tempo...

Mergulhada na bela voz do cantor e com o rosto e o coração purificados pelas lágrimas que desciam, agora, em abundância, desatei a cantar as belas palavras que tanto bem me faziam naquele momento, que se tornará inesquecível, para mim...

A letra da música era simples. Some recordo agora do “refrão”, que me tocou o sentimento:







“Se você chora na Presença do Senhor,

Ele recebe o seu pranto com amor...

O Céu se abre e a resposta Dele vem.

Sei que quando um filho chora

O Seu Deus chora também...”



(Marcelo Nascimento - o cantor)



Acho que compreendi, dessa forma, a claridade que se observa no semblante dessas pessoas religiosas, que põem (e acreditam sinceramente) a fé acima de todas as coisas. Passei a ter muita admiração por elas e a dar-lhes mais atenção quando me interpelam nas ruas, oferecendo-me folhetos de leituras bíblicas. Procuro ser, pelo menos, um pouco mais simpática, dando-lhes um minuto de minha atenção, recebendo o papel e guardando-o na bolsa, em vez de o jogar na próxima lixeira.



Milene
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