Oh! Nostálgica vida minha,
que aos anos encerram e outros vêm,
e nada se refaz.
Que a sombra de ontem a tarde se faz presente
na mesma hora e local no outro dia,
que esse dia não acaba mais.
Os mesmos licores, o mesmo vinho,
a mesma cantiga da ladainha
e os mexericos à tardia em frente ao botequim da esquina.
Cotidiano assombro meu,
que ao novo nunca se faz.
Que a vida é um cinema mudo
onde o filme se refaz,
toda vez que a projeção se esgota ao final.
Dia que entra, ora dia que finda.
Noite que inicia, ...noite que se vai.
E após o dia ou noite,
em consecutivo movimento de mecanicidade cíclica,
nada de novo se é acrescentado.
Oh! Quotidiana vida minha,
que de momentos a momentos,
nada de novo se faz.
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