Usina de Letras
Usina de Letras
159 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50608)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->2016 - Iguape a pé -- 25/10/2015 - 17:28 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ontem fui à Iguape. De carro, porque a pé estou devendo dois terços há mais de quatro anos e ainda não paguei. Não pude, ou meu medo de travar novamente não me deixa. Já escrevi a respeito dos sessenta e sete quilómetros andados por mim, mais o Carlinhos e o Marcos. Agora mesmo li as crónicas que escrevi sobre aquele momento, em outubro de onze e me coloquei em vergonha alheia de mim mesmo, sobre ainda não ter pago essa dívida de ir a pé e embora o Doutor António já tenha me explicado que foi o ácido lático o autor do travamento das minhas pernas e que um remedinho qualquer resolve isso, eu ainda não me animei a voltar àquele ponto, treze quilómetros depois da Reservinha, em Ribeirão da Serra, para recomeçar o meu Iguape a pé.
Momentos bafónicos me fazem buscar reflexões junto aos meus Santos protetores e, assim, na quinta passada estive frente ao meu São Miguel Arcanjo, saindo de Piracicaba de carro e, ontem estive frente ao meu Bom Jesus de Iguape, saindo de São Paulo de carro. Em ambas as situações, refleti sobre a minha falta em unir os dois a pé. Uma falta minha, cuja solução é só minha, de mais ninguém. Devo o meu Iguape a pé, por inteiro.
Quando criança, meu pai nos levava à Iguape, com um dia dedicado à Ilha Comprida e sua praia. Quando casei fui à Iguape, com um dia dedicado à Ilha, ou dois, o calorão daquele momento não me deixa lembrar direito e se eu perguntar para a Edna, ela se recusa a falar.
Sei que ontem fui à Iguape e querendo retornar, dei meia volta, falando para a mesma Edna: Vamos dar uma passadinha na Ilha, dito e feito dirigi-me ao caminho da ponte, atravessando-a e já me perdendo do caminho para a praia, pois vejam só a minha lembrança era daqueles areiões de antigamente. Tanto nos anos sessenta, como em setenta e oito, como em noventa e nove, quando dormi uma noite na Ilha. Tudo para dizer que a minha ligação é com Iguape mesmo e não com a praia da Ilha.
Apesar que entrei no Google para pesquisar da Ilha, ela tem setenta e quatro quilómetros de comprimento por quatro, mais ou menos de largura, com quase dez mil habitantes fixos, fora os de veraneio e de turismo. Sua história confunde-se com a origem de Iguape e de Cananéia e tornou-se município em março de noventa e dois, com a ponte inaugurada em dois mil, melhorando o acesso por Iguape e por Cananéia ainda de balsa.
Voltando para Iguape, essa tem história para contar, até de antes do descobrimento do Brasil, que todos sabem ser em mil e quinhentos, como consta nos livros de história, só que dois anos antes já andava pela região um aventureiro espanhol Ruy Moschera; vai saber como, mas a pé certamente. Sua primeira Igreja foi construída em mil quinhentos e trinta e sete, em louvor a Nossa Senhora das Neves e a data de fundação de Iguape foi estabelecida em três de dezembro de mil quinhentos e trinta e oito. Só em mil seiscentos e quarenta e sete, que Iguape transformou-se em um centro de peregrinação, com o aparecimento da imagem do Senhor Bom Jesus de Iguape, quando dois índios a acharam e, depois, sendo entronizada no alta-mor da Igreja de Nossa Senhora das Neves.
De geografia, podemos dizer ser Iguape o maior município do Estado de São Paulo, com mais de mil novecentos e oitenta quilómetros quadrados e que abriga áreas de relevantes interesses ecológicos. Tem quase vinte e nove mil habitantes e é considerada o berço da colonização japonesa no Brasil, isso porque em mil novecentos e treze, foi criada a Colónia de Katsura, no bairro Jipovura.
Voltando para mim, neste domingo vinte e cinco de dez de quinze, por mais que eu escreva sobre Iguape e sobre a minha ligação histórica e religiosa com a cidade, ainda continuo devendo os dois terços do meu Iguape a pé, mesmo que eu tente compensar com as inúmeras idas de carro e não prometendo, mas como intenção, quem sabe eu cumpra ano que vem.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui