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cronicas-->As Águas -- 23/10/2015 - 23:17 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Imaginem vocês um Cosmo. Nesse Cosmo, planetas que ainda nem nasceram tentam ser "iguais" ao nosso; isto é, no sentido do melhor que há em nosso pequeno ponto azul na imensidão do Silêncio Eterno que , mudo, contempla todas as nossas impaciências, nossos temores, carros que abrigam amores e mortes, imensos vórtices de vento que se formam e as grandes línguas de fogo que ameaçam bichos, flores, tribos e amores vãos.

Imaginem ainda um Deus. É, Deus, Deus mesmo, pombas, imaginem um ser grande o suficiente para abarcar o nosso antigo mundo e os outros que querem nascer e ainda se projetam nas cavernas do zero absoluto. Imaginem um Ser que se pensa a si próprio e que paira sobre as águas e olha de onde se olha do Infinito, de todo o Abismo, das Nuvens de Magalhães e , entre outras coisas, se cura da inexistência e da solidão do fim em si mesmo.

Imaginem vocês um Cosmo. Nesse Cosmo, gira sem fim uma nuvem de estrelas, povoada de mundos nascidos, jovens, cheios de águas claras, baleias , florestas virgens, fogueiras prometeicas, gira na vastidão das galáxias; pensem no que poderiam ter sido se não fossem nossas balelas, nosso desrespeito, a exploração imperfeita, matadora, zombeteira, cega e incompetente: Cegamos o Olho de Deus, que já não se olha em nosso pensamento, esse que devia ser nosso maior dom, nossa principal jóia!

Pois bem, olhem de longe e imaginem a velocidade se precipitando, as idades se somando às Idades do Universo, nos pulsares, nos mistérios do tempo reverso, dos milenares eventos que antecederam nossa história. Vejam o olho do furacão tocando a Terra, torcendo árvores como um punho de inominável horror. Olhem, mas não, não desviem o olhar! Sim, porque de tudo se olha um pouco, deste louco precipício que se tornou o mundo: Uns se eliminando aos outros, guerras frias, quentes, sangrentas, eternas guerras, medonhas! Não desvie o olhar, símio dantesco. Não!

Também não pense, nessa sua enorme tentação de se enamorar que tem de suas obras, tentar igualar as suas às Dele, que olha de lá de onde se olha o Infinito que se basta a si mesmo. Não! Contemple tudo o que fez, símio profanador. Deixe de ouvir os sons da floresta de onde se destacou sua presença. Deixe de olhar as estrelas de onde Ele olha; vamos, é fácil! Ele não existe mesmo! Foi você que o disse, você que o dessacralizou; você falou que ele viria sobre as águas, agora diz que Ele nunca existiu e que tudo é produto de um caos que você, você mesmo, cometeu.

Antes não tivesse descido das árvores! Se é verdade que existiu a fruta do conhecimento, certamente não a devia ter provado. Não, contemple minhas palavras, ou tente dizer que assim não foi, profanador! Agora, tente aparar as velocidades que tocam os olhos das águas da Terra; tente sorrir, amar, esquecer que um dia este planeta foi lindo. Outros nascerão, talvez iguais ao seu e seu balido ou o choro que se erguerá de seus filhos um dia se fará silêncio de novo.

Aí, sim, aí o tal Deus Desconhecido correrá sobre águas novas e impolutas, prenhes de Verbo e Verdade, e, pacificado(pois que a tempo arrependido) apontará, separará e dirá:

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