Vivi no encalço de uma amante,
Que me desejava e queria me amar,
Vivia atrás de mim rastejante,
Como uma fera a me farejar.
Mulheres! Cada qual com a sua,
Sempre amantes e sempre amadas,
São encontradas sempre arrumadas,
Diferente da amante, sempre nua...
Quando ela diz: “eu te amo!”
Se acha verdadeira rainha,
Se por algo eu reclamo,
Ela diz que um dia será minha.
Quando o meu membro seu corpo invade,
Ela sente uma fadiga, um desconforto,
Ela vê que a coisa é uma realidade,
E acaba ficando com olhar de morto.
Goza e desmaia por um instante,
Fica sem ânimo e com melancolia,
Só ouço quando ela balbucia,
“Essa tua coisa é gigante!...”
Fica comigo até quando entardece,
No quarto a luz crepuscular,
Me pede como uma prece,
Quando vai de novo me amar...
Amante! Quem te amar se atreve,
Só para ter e querer o teu desejo,
Teu corpo tenho como quem deve,
Peço, clamo, gemo, mas não rastejo.
Depois do gozo minha alma é leve,
Não paras de me dar teu beijo,
Como quem paga o que deve,
Para quem merece o teu desejo.
Mulheres lindas e altivas,
Entre todas é a que mais desejo,
Meu corpo tu segues como em cortejo,
Para nossas almas ficarem cativas.
Teu corpo é pura lasciva,
A boca foi feita para o beijo,
Eu vejo e logo desejo,
Linda, bela, gostosa, altiva...
Tu tens o que falta em todas elas,
Entre todos os encantos, nelas algo falta,
Para mim todas são lindas e belas,
Mas falta um pequeno detalhe, um quase nada,
É o puro encanto que só tem a mulher amada...
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