O menino e os doces
Autor: Daniel Fiuza
19/05/2001
Os doces expostos na vitrine,
O rosto no vidro colado,
À vontade que não se define,
O menino faminto e desolado.
Vazio e frio no estômago,
Doces coloridos deliciosos,
Naquela vitrine expostos,
Sofre a criança seu desgosto.
Fome de comer aquelas gostosura,
O menino sem nenhum dinheiro,
Sem família, carinho nem ternura,
Olhando, desejando aquele brigadeiro.
Sofre sem nenhuma esperança,
Não entende na vida esse disparate,
No vidro o rosto colado da criança,
Os olhinhos infantis de chocolate.
A vontade exprime seu recalque,
Tantas guloseimas, tanta beleza,
No vidro o rosto, seu decalque,
Expressa a vontade e sua tristeza.
Pobre menino parado sonhando
Desejando o que não foi feito para ele,
Seu sonho e sua infância vão passando,
Na lágrima que escore no rosto dele.
Só sente o sal no lugar do doce,
E a saliva que junta na sua boca,
Chocolates salgados, antes fosse,
Do que sentir essa vontade louca.
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