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Poesias-->Entreato da Espera -- 25/11/2001 - 19:18 (Fernanda Guimarães) |
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Entreato da Espera
É no silêncio de agora
Que desconhece tua voz
A quem me entrego
Recorto-te em minha memória
Convoco a saudade do enquanto
Envolta na reminiscência do ontem
Oferto-me a lenta embriaguez
Do desdobrar-te em cheiros e gestos
Ainda presumo tuas investidas
A tua mão a falar-me de ternura
Sorrindo-me para não te resistir
É nítida também a minha pouca convicção
A inevitável submissão que cedia aos teus apelos
Meu corpo lasso, desatado para os teus desejos
A tua boca a preparar-me emboscadas
E a minha conivência em querer-me tua presa
Mapeavas-me com teus beijos, calores
Aflorando as inevitáveis ardências e frêmitos
Tinhas-me aquiescente, cúmplice
E de olhos vendados, davas-te meu destino
Os rumos sobrepunham-se ao previsto
Por sempre saber que me conduzirias
Aonde sequer eu conseguiria imaginar
Porque em ti, nada era presumível
Distraías os meus mistérios, enigmas
E eles te acolhiam, violando-me os véus
Deixando-te folheá-los explicitamente
Caminho neste momento à revelia de um tempo
Que me venceu os passos, a respiração
Ainda agora, teimo em dizer-me às estrelas
Encenando o monólogo do amar-te
© Nandinha Guimarães
Em 25.11.01
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http://br.geocities.com/nandinhaguimaraes/
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