Que as línguas tornem-se fortes
sob o exercício do calar;
que as bocas abram-se apenas
nas oportunidades de acrescentar;
que não desvirtuemos
a liberdade da expressão alheia
e a possibilidade de cada um contribuir
com o melhor de si.
Que as rimas em ão,
ou as de outra pobre terminação
novamente despertem a emoção.
Quem proporciona
a sensação de segurança
é a mesmice do dia-a-dia...
Sem a dureza de certas provas,
que somente boas novas
quebrem a rotina
do calendário.
Que a ingenuidade a cobrir-me o peito
continue a não se envergonhar
em ser cúmplice da simplicidade
e do jeitinho de ser como sempre foi:
espontânea, verdadeira,
ainda que possa ser
rotulada como tola.
Que libertem os pássaros.
Estes só cantam
e são aprisionados
em minúsculas cadeias;
que prendam os homens
que cometem crimes
e passeiam...
Que meus ingênuos desejos
transformem-se em realidade
e concedam aos viventes
carga suficiente para reacender
a constelação da integridade.